Líder do PSD não descarta ouvir Renan Filho e Petrobras na CPI da Braskem
Otto Alencar teme “baque” no polo industrial de Camaçari, na Bahia, mas diz que inquérito parlamentar “não vai poupar ninguém”
O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), aliado de primeira hora de Lula, afirmou que não há constrangimento algum em chamar o ministro Renan Filho (Transportes), que foi governador de Alagoas de 2015 a 2022, e executivos da Petrobras – seja o atual presidente, Jean Paul Prates, ou ex-dirigentes da estatal – para prestar depoimento à CPI da Braskem.
“A CPI não vai poupar ninguém”, declarou o senador. O colegiado foi criado para investigar a responsabilidade jurídica da empresa controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) no afundamento do solo de vários bairros de Maceió (AL) e outros danos socioambientais decorrentes da exploração de sal-gema.
Ao Radar, Alencar disse que a possibilidade de a comissão convocar ex-secretários que integraram a gestão de Renan Filho ou até o próprio ex-governador e atual ministro foi o principal motivo para desaconselhar Renan Calheiros (MDB-AL) a buscar a relatoria da CPI, para a qual Omar Aziz (PSD-AM) escolheu Rogério Carvalho (PT-SE).
Agora, a intenção do líder do PSD é dissuadir Calheiros da decisão de deixar a CPI, anunciada imediatamente depois de o emedebista, autor do pedido de criação do colegiado, ser preterido do cargo de relator.
O senador baiano explicou, também, sua maior preocupação com os impactos do inquérito parlamentar fora das paredes do Congresso Nacional. “Vai dar um baque no polo industrial de Camaçari. Corre risco de a Braskem parar de fornecer matéria-prima para o polo? Sim. Mas tem que investigar tudo. Tem que eviscerar”, afirmou.