Sempre gostei de vinho, mas de uns tempos pra cá comecei a me interessar um pouco mais sobre sua produção também. Quando eu e minha melhor amiga estávamos em dúvida na hora de decidir onde comemorar 25 anos de amizade, Napa foi uma escolha fácil, já que ela também gosta do assunto (ou da bebida 😉 ).
Destino definido, era hora de começar a planejar a viagem. Como sempre faço quando vou para algum lugar que não conheço, comprei um guia e comecei a ler bastante na internet. Foi aí que comecei a ficar um pouco tensa…
Nós só tínhamos três dias na região e são mais de 475 vinícolas, uma mais linda do que a outra. Como escolher?
Como não somos entendedoras de vinhos e não conhecíamos ninguém que já tivesse ido a Napa para nos dar dicas, fizemos uma pré-seleção, de acordo com o local, o tipo de vinho e, bem, o preço.
As vinícolas, na verdade, não cobram a visita. Você pode entrar e conhecer o local sem ter que pagar. Mas vamos combinar que só isso não basta, né?
Aí você tem algumas opções… A primeira é fazer um tour guiado, que geralmente termina com uma degustação. Eu recomendo fazer pelo menos um, ainda mais se você (como eu) nunca foi a uma vinícola antes.
Outra opção é fazer um picnic, o que eu também super recomendo (fizemos dois!). Algumas vinícolas abrem seus jardins para quem quiser levar sua própria comida e aproveitar uma tarde de sol em seus domínios (atenção porque algumas não permitem comida de fora). Para isso a maioria apenas pede que você compre uma garrafa de vinho para ser consumida no local. Um “sacrifício” que vale a pena. Eles abrem a garrafa para você e ainda emprestam copos 😉
E a terceira opção é apenas fazer degustações. Você chega na vinícola, escolhe o que vai beber e paga apenas o que consumir, como se estivesse num bar, mas um bar muito mais legal. Isso vale para as taças, garrafas ou degustações de vários tipos de vinhos/espumantes. Algumas vinícolas também permitem que você divida a degustação (o que também fizemos porque não queríamos tomar três taças de vinho cada uma ao final de um dia em que só fizemos isso, hahaha).
> Horários
Uma coisa importante para quem pretende ir a Napa é saber que a maioria das vinícolas fecha por volta das 17h. Ou seja, a dica é começar o dia cedo (a maioria abre às 10h) para aproveitar ao máximo.
O que nós fizemos nos nossos dias na região foi fazer um tour pela manhã, com degustação ao final, depois um picnic até o meio da tarde e encerrávamos o dia em uma terceira vinícola para o nosso happy hour. Haja vinho!
> Transporte
As vinícolas estão espalhadas pelas estradas do vale de Napa, então é preciso ir de carro de uma para outra. Se você não tem alguém no grupo que se disponha a não beber para ser o motorista da vez, a dica é usar o Uber. O serviço funciona super bem na região e não custa muito ir de uma vinícola para outra. Neste caso, o melhor é começar na vinícola mais longe e depois ir voltando para o local onde você está hospedado.
> Cidades
Napa é a cidade mais famosa da região, mas há várias cidadezinhas tão charmosas quanto e cheias de pousadas bacanas, restaurantes legais e vinícolas incríveis para se visitar. As principais são Yountville (onde ficam os super famosos e estrelados restaurantes The French Laundry e Bouchon), Oakville, Rutherford, St. Helena e Calistoga. Isso sem falar da região de Sonoma…
> Preços
Viajar por Napa não é muito barato não. Uma taça de vinho ou champanhe custa em média U. Se você optar pela degustação de mais de um tipo, este valor sobe bastante. Dividimos uma degustação de três tipos na Louis M. Martini que custava U$ 25 (o local era legal mas não gostei muito do serviço).
O preço dos tours varia bastante. Fizemos dois. O primeiro foi na Beringer. Escolhemos o “Taste of Beringer Tour”(US$ 50 por uma hora com degustação de vinhos e finger foods ao final). Nossa guia, uma francesa radicada nos EUA, foi super grossa com a gente porque não sabíamos onde era o início do tour e chegamos três minutos atrasadas. O lugar é lindo e os vinhos são muito bons, mas não se vê muita coisa. Não faria de novo.
O segundo que fizemos foi na Robert Mondavi. Escolhemos o”Signature Tour and Tasting” (US$ 35 por 90 minutos de passeio com degustação ao final). Amei cada segundo. O local é de cair o queixo de tão lindo. Nossa guia, desta vez uma americana, era uma fofa e ficou um tempão falando da Olimpíada no Rio com a gente. Vimos desde a plantação até a produção dos vinhos, passamos pelos barris onde eles são armazenados e terminamos numa sala provando vinhos maravilhosos (ainda ganhamos duas taças a mais de brinde porque uma tailandesa que estava no nosso grupo não bebia?!?!). Valeu cada segundo.
> Reservas
A maioria das vinícolas pede que sejam feitas reservas. Algumas realmente só aceitam visitantes que fizeram reserva previamente. Nós não fizemos em nenhuma e não fomos barradas também. E fomos bem na época da colheita, que é o período de maior movimento na região. Mas é super fácil fazer reserva pelos sites, então recomendo que se tem alguma vinícola que você quer muito ir, reserve antes para não ter surpresas desagradáveis.
> Picnic
Eu sou suspeita porque acho picnic uma das coisas mais legais de se fazer. Se ele for regado a uma garrafa de vinho que foi produzida a metros de onde você está então, mais bacana ainda. Várias vinícolas em Napa estão abertas para isso. E há vários lugares charmosos em que você pode comprar seus suprimentos. Além do tradicional Dean & Deluca, em St. Helena, há a Oakville Grocery, na cidade de mesmo nome, e meu favorito, o Oxbow Public Market, em Napa.
Ele é um mercado super cool, que tem desde cafeterias a lojas que vendem queijos, petiscos, frutas e outras delícias para o seu picnic. Eu me apaixonei pelo lugar e fomos tomar café, fazer compras para os picnics e ainda jantamos por lá algumas vezes.
Mesmo que você não tenha planos de fazer um picnic, visite o Oxbow. Vale muito a pena e tem coisas muito legais e gostosas.
Mas voltando aos picnics, o primeiro que fizemos foi na Charles Krug. A loja é maravilhosa e o jardim é bonito. Mas a área não é muito grande e fica um pouco perto da estrada.
O segundo que fizemos foi na Napa Cellars. O local para picnic era lindo, perto das uvas e super agradável. O serviço era impecável e ainda ofereciam vinho rosé (meu favorito). Ficamos umas quatro horas por lá. Vale muito a pena!
Outras vinícolas que oferecem áreas para picnic são Alpha Omega, Rutherford Hill, Dutch Henry Winery, Clos du Val, entre outras.
> Hospedagem
Nós ficamos em Napa porque acabamos deixando meio para a última hora e, como era época de colheita, os preços estavam caros. Alugamos um carro e nossa casa (foi um Airbnb) era menos de 10 minutos de “downtow” Napa. Super conveniente e prático. De lá para as vinícolas não demorávamos muito. Acho que gastamos no máximo 30 minutos para chegar na mais distante.
Nas cidades menores há várias opções de pousadas, bed and breakfasts e claro, hotéis super luxuosos, como o Carneros Inn, ou um pouco menos, mas ainda excelentes Vino Bello Resort ou o Westin Verasa Napa.
> Favoritos
Como eu falei lá no começo do post, seria impossível visitar muita coisa em três dias, mesmo porque a gente queria fazer as coisas com calma e aproveitar cada taça de vinho. Então não corremos. Em dois dias e meio que ficamos na região, visitamos oito vinícolas (fora algumas que paramos e não ficamos por um motivo ou outro).
Além da Robert Mondavi e da Napa Cellars, que já falei antes, as que mais gostei de ir foram a Domaine Chandon, a Mumm e a Domaine Carneros by Taittinger.
Coincidência ou não, nas três a bebida escolhida foi champanhe.
A Chandon fica num lugar lindo, com um bar bem legal e um gramado gigante, cheio de cadeiras confortáveis de onde é possível ter uma excelente visão do vale. Acho uma parada obrigatória para quem vai a Napa.
A Mumm tem um clima parecido, mas é um pouquinho mais formal. A vista do bar a céu aberto é linda e o champanhe delicioso. Como fomos no fim da tarde, o clima estava bem gostoso. Também acho que vale a visita.
Nos despedimos de Napa com uma passada na Domaine Carneros antes de partir para São Francisco. E escolhemos bem o lugar, pois a vista da vinícola é linda e o champanhe Taittinger também não fica atrás.
> Mais info
Se você quer saber mais sobre as vinícolas, hospedagem, etc, um bom ponto de partida é o site oficial da região, que é super completinho. Se ainda lhe faltar algo, visite um dos centros de informação turística espalhados pelo vale. Nós fomos ao de Napa e fomos super bem atendidas.