Um novo temor ronda o bolsonarismo.
Após a sequência de eventos juridicamente catastróficos desta semana e o desabafo do próprio Bolsonaro dizendo que “sabe dos riscos que corre no Brasil”, o ex-presidente enfrentará outro problema: as consequências das quebras de seus sigilos bancário e fiscal.
É que, para completar uma semana em que aconteceram diversos desdobramentos em relação aos casos das joias e do 8 de janeiro, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, autorizou as quebras dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente.
A análise dos dados começará na semana que vem. Entre bolsonaristas de alto calibre há o temor de que essa parte da investigação possa ferir a imagem do líder da extrema-direita, que sempre tentou passar a aparência de um “homem do povo”.
Bolsonaro sempre usou canetas Bic (enquanto vendia a Chopard), fez lives sem nenhuma sofisticação e é o tempo todo descrito pelo seus auxiliares como “uma pessoa simples”, como fez o advogado Paulo Cunha Bueno nesta sexta, 18. Tudo para manter essa imagem entre os eleitores.
Com o plano de perpetuar essa ideia, o ex-presidente deu uma entrevista nesta sexta-feira, 18, tomando café com leite numa padaria de Abadiânia. Ele gravou falando com a boca cheia de pão com manteiga. Vale tudo para tentar manter a pose de “homem simples”. No caso, trata-se do mesmo ex-presidente que permitiu que um avião da FAB, pago com dinheiro dos contribuintes, tentasse buscar joias milionárias retidas pela alfândega de Guarulhos.
Mas e agora? A estratégia de comunicação sobreviverá a quebra de sigilo? É pergunta feita no QG bolsonarista…