No dia da despedida de Augusto Aras do Ministério Público Federal, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o país esteve muito “próximo da ruptura”.
“Faço essas referências porque são coisas que serão contadas mais à frente na história, que poucas pessoas sabem. Nós estivemos muito próximos da ruptura e na ruptura não tem Ministério Público, não tem direitos, não tem graça. A graça é ser amigo do Rei. Ninguém é tratado como igual”, disse Toffoli.
Pois bem.
A interlocutores, o ministro tem dito que um desses dias aconteceu quando os ex-comandantes do Exército Edson Pujol, da Marinha Ilques Barbosa e da Aeronáutica Antônio Carlos Moretti Bermudez pediram renúncia coletiva dos cargos por discordarem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Era março de 2021.
Foi a primeira vez na história do país que os comandantes das Forças Armadas pediram demissão de forma conjunta, na pior crise na caserna desde a redemocratização, em 1985. Para alguns, a maior na área desde a demissão de Sylvio Frota, em 1977, pelo também ex-presidente Ernesto Geisel.
Pujol, Barbosa e Bermudez não concordaram com a saída de Fernando Azevedo do Ministério da Defesa.
Na época, Bolsonaro queria que os chefes militares fizessem manifestações políticas favoráveis a interesses do governo, incluindo a flexibilização de medidas sanitárias como lockdowns durante a pandemia.
As exigências levaram o general, o almirante e o o brigadeiro a deixarem os cargos.