Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

O campo minado onde Alexandre de Moraes escolheu lutar

Ou… Como a extrema-direita pode usar a briga com Musk para colocar o ministro ao lado de Maduro

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 ago 2024, 16h27 - Publicado em 29 ago 2024, 16h26
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em meio ao acirramento da polarização política e à crescente preocupação global com as redes sociais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, emerge como uma figura central na tentativa do Brasil de estabelecer limites e regulamentações nesse ambiente digital turbulento.

    A tentativa de regulamentação empreendida por Moraes não é muito diferente dos esforços adotados em outras democracias. Nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente Joe Biden sancionou um projeto de lei que exige que a ByteDance venda o TikTok para alguma empresa norte-americana, destacando preocupações do Congresso com a segurança nacional e a integridade da informação dos cidadãos. A rede social chinesa corre o sério risco de ser banida dos EUA.

    Por lá, um estudo publicado na revista Nature após a tentativa de golpe no Capitólio demonstrou os benefícios da “desplataformização”, mostrando uma redução significativa da desinformação após o banimento de Donald Trump do Twitter. A análise serve de suporte para quem defende que intervenções diretas nas plataformas podem ter um impacto positivo na qualidade e veracidade da informação disseminada.

    Mais recentemente, a prisão de Pavel Durov, CEO do aplicativo de mensagens Telegram, ocorrida em Paris, por não cooperar com investigações de crimes online, sinaliza o quão seriamente alguns governos democráticos estão levando a responsabilidade das plataformas digitais. O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou que as liberdades nas redes sociais devem operar dentro da lei, destacando a prisão de Durov como um ato de cumprimento legal e não político.

    Continua após a publicidade

    Aqui, porém, o desafio de enfrentar figuras como Elon Musk parece ser maior. Ao entrar nessa briga, o já calejado e experiente ministro do STF ingressa num ringue de batalha onde aparentemente não tem o mesmo domínio que seu oponente, correndo o risco de ter não apenas sua imagem abalada, mas também a de todo o Poder Judiciário brasileiro.

    Existe o claro risco de uma equiparação de Moraes ao controverso presidente venezuelano Nicolás Maduro, se navegarmos rapidamente pelas redes bolsonaristas. O ditador recentemente ordenou o bloqueio da rede social X após acusações de fraude eleitoral por Musk. Na Venezuela, o X foi retirado do ar por dez dias, acusado de incitar o ódio.

    A batalha de Moraes, comparável às ações tomadas pelo Congresso Americano contra o TikTok e pelo governo francês contra o Telegram, tende a ser percebida aqui como um ato autoritário, típico de “republiquetas”, principalmente porque no Brasil, uma nação que tem enfrentado ciclos de instabilidade política, qualquer tentativa de controle ou regulamentação das plataformas de comunicação é rapidamente associada pela extrema-direita com práticam de censura e repressão.

    Continua após a publicidade

    A memória histórica do país, marcada pelo pesadelo da ditadura militar – onde o controle da informação foi uma ferramenta chave de opressão -, faz com que qualquer medida governamental que possa limitar a liberdade de expressão seja vista com suspeita e, frequentemente, como um retrocesso democrático.

    Assim, mesmo que as intenções de Moraes estejam alinhadas com práticas democráticas globais de proteger a sociedade da desinformação, o contexto político e social brasileiro pode distorcer essa percepção, fazendo com que suas ações sejam interpretadas como autoritárias e desproporcionais.

    Nesta quinta, 28, Moraes deu 24 horas à rede social e seu dono Musk para nomear um novo representante legal no Brasil em mais capítulo da queda de braço cada vez mais incerta.

    Continua após a publicidade

    Como Moraes e o Poder Judiciário brasileiro irão desempenhar o novo passo neste campo minado ainda é incerto, mas as implicações de suas ações ressoarão mundo afora, impactando para o bem ou para o mal a imagem do Brasil.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.