Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Estudo alerta para risco ambiental envolvendo julgamento no STF 

Decisão pode deixar 30 milhões de toneladas de lixo sem destino e aumentar emissões de gases de efeito estufa

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 16h28 - Publicado em 31 jan 2024, 08h46
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira, 2, o julgamento de um recurso para que a Corte reveja seu entendimento a respeito da possibilidade de construção de aterros sanitários em áreas de preservação permanente. Um estudo conduzido pelo consultor do Banco Mundial Luis Sergio Akira Kaimoto atesta que onze capitais do país terão de remover estruturas construídas nestes locais e dar novo destino a mais de 30 milhões de toneladas de lixo, o que deve causar severos impactos sociais, ambientais e econômicos.

    “Além de não cumprir a meta de erradicação dos lixões em todo o território nacional em 2024 – prazo estabelecido por lei –, o Brasil terá de lidar com um volume imenso de resíduos sólidos sem destino certo. Na prática, a medida pode causar efeito inverso e contribuir para a proliferação dos lixões, inclusive com a possibilidade de caminhamento dos resíduos para os rios, podendo chegar ao mar”, diz o especialista, que realizou projeções de cenários caso a decisão do STF não seja revertida.

    Em 2018, o STF considerou inconstitucional a gestão de resíduos em áreas de proteção ambiental. Os defensores de que a decisão seja revertida alegam que aterros sanitários são parte essencial do saneamento básico, direito previsto na Constituição Federal. Portanto, a segura gestão de resíduos seria de responsabilidade do poder público, devendo ser reconhecida como atividade de utilidade pública e interesse social, o que permitiria a construção dessas estruturas em APP. Até o momento, no entanto, a maioria dos ministros se manifestou pela manutenção da decisão.

    De acordo com Kaimoto, além dos problemas ambientais e de saúde pública com o destino incerto dos resíduos, outra grave consequência da decisão seria o aumento das emissões de gases de efeito estufa. No caso, a retirada dos aterros destes locais demandaria o transporte de milhares de carretas de lixo Brasil afora e geraria impacto significativo. “Esse incremento de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera seria da ordem de 17,6 bilhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2 eq.), correspondente ao desmatamento de uma floresta com a dimensão de 20 vezes a Floresta da Tijuca, no Estado do Rio de Janeiro, ou de toda a cidade de Salvador”, explica.

    Continua após a publicidade

    Kaimoto afirma que os aterros sanitários operados no Brasil possuem “absoluto controle ambiental e técnico” e são reconhecidos tanto pelo próprio Banco Mundial como por órgãos ambientais internacionais por ser uma das soluções mais seguras do mundo. “Ao contrário dos lixões, o armazenamento de resíduos nos aterros é realizado sobre superfícies absolutamente protegidas com impermeabilizações múltiplas, garantindo a preservação por meio do confinamento dos resíduos em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo. Os aterros seguem normas operacionais específicas para evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública. Os aterros são compostos por estruturas que evitam a contaminação do solo, da água e do ar e demandam um manejo adequado contínuo.”

    “A erradicação tem que avançar de forma contundente, definitiva e irreversível. Ao interpretar que as obras de gestão de resíduos não são de utilidade pública, os diversos avanços conquistados nos últimos anos pelo setor serão fortemente impactados, podendo-se até mesmo gerar retrocessos que causarão um severo problema de saneamento em grande parte do país, senão o seu colapso”, conclui Kaimoto.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.