Ao reiterar que Jair Bolsonaro é obrigado a prestar depoimento à Polícia Federal no caso que investiga o vazamento de informações sigilosas, o ministro Alexandre de Moraes falou grosso com o presidente da República.
Mas falou grosso nos autos do processo e não como Bolsonaro costuma fazer, posando de machão no cercadinho do Palácio do Alvorada, cercado de seguranças e apoiadores.
Como sabemos, o presidente da República gosta de vestir essa versão grotesca e covarde quando está perto dos seus asseclas.
Alexandre de Moraes, no seu papel de juiz, primeiro negou um pedido de Bolsonaro para abrir mão de ser ouvido na investigação, e marcou o depoimento para a última sexta, 28.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente não fosse obrigado a comparecer ao depoimento.
Conhecido como xerife no STF, o magistrado não demorou nem 30 minutos para negar novamente o pedido, mas sem gritos e desaforos, como faz Bolsonaro.
Como dito nesta coluna, ou o presidente inicia uma nova crise institucional em um ano eleitoral – buscando uma nova estratégia de confronto – ou abaixa a cabeça e obedece.
Agora é esperar para ver. A próxima semana será decisiva para o país neste sentido.