Duas reuniões técnicas marcadas para esta quinta (23) e sexta-feira (24) devem definir os detalhes para tentar fechar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia ainda neste ano. Como presidente do bloco, o Brasil tem intensificado as conversas para agilizar a conclusão do acordo que já se arrasta há mais de 20 anos e que conta com 31 países.
O presidente Lula falou com a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, na segunda-feira 20, um dia depois da vitória do ultradireitista Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina. O presidente eleito já chegou a defender durante sua campanha a saída do país do Mercosul.
No entanto, a diplomacia brasileira acredita que a postura de Milei pode mudar depois de assumir o comando do país. O acordo, segundo o Itamaraty, tem forte apoio do setor privado, o que poderia impactar a postura do novo presidente argentino, que, aliás, já mudou o tom, falando agora em aperfeiçoamento do bloco.
A ideia é aprovar até o dia 7 de dezembro o acordo comercial entre os blocos. O ponto de discordância ainda é em relação às sanções impostas pelos europeus em caso de descumprimento de regras ambientais que, segundo interlocutores da diplomacia brasileira, podem ser usadas, na verdade, como medidas protecionistas. A União Europeia já concordou em flexibilizar essas medidas.
Outra questão que está sendo discutida é a legislação ambiental europeia, que, na prática, pode causar o mesmo efeito das barreiras comerciais.
Tudo tem avançado bem, agora é acertar o timing, se vai dar tempo de aprovar ainda no governo do atual presidente argentino, Alberto Fernández.