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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Quanto custou ao PL a fracassada campanha de Ramagem à prefeitura do Rio

Maior fatia das verbas do PL na eleição de 2024, bolsonarista teve a terceira candidatura mais cara em todo o país

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 out 2024, 18h09 - Publicado em 17 out 2024, 11h46
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  • A derrota do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro foi um duro baque para o bolsonarismo — não só político e ideológico, mas também financeiro. O parlamentar carioca foi a maior aposta do PL nas eleições de 2024 e recebeu nada menos que 26 milhões de reais em verbas do partido para a campanha na capital fluminense.

    O vultoso caixa consolida Ramagem como a candidatura mais cara do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e terceiro maior orçamento de campanha de todo o Brasil neste ano. Acima do carioca, ficam apenas os dois candidatos que disputam o segundo turno em São Paulo — o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 46,5 milhões de reais em verbas, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), com 81,1 milhões.

    Ironicamente, o próximo nome da lista é o adversário de Ramagem nas eleições deste ano: o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que recebeu 21,3 milhões de reais em financiamento do partido. Com quase 5 milhões de reais a menos para bancar sua campanha, Paes recebeu o dobro de votos do rival e venceu o pleito no primeiro turno, com 60,5% do eleitorado.

    Alto investimento, baixo retorno

    Segundo levantamento de VEJA com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o momento, a campanha de Ramagem declarou 21,4 milhões em despesas. Na prática, cada voto recebido pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) custou 22,59 reais — para comparação, os 20,9 milhões investidos por Paes se traduziram em 11,22 reais por voto.

    No cadastro da Justiça Eleitoral, a maior fatia dos gastos de Ramagem é listada como “Serviços prestados por terceiros”, categoria que inclui, majoritariamente, a contratação de profissionais de comunicação e marketing. O principal beneficiado foi o marqueteiro Paulo Vasconcelos, conhecido por atuar nas campanhas do ex-senador Aécio Neves (PSDB) e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que recebeu ao menos 6,3 milhões de reais do bolsonarista em 2024.

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    Além das agências de marketing, o deputado destinou mais de 4,1 milhões de reais a despesas com pessoal — grupo em que constam os mobilizadores de propaganda na rua — e desembolsou outros 4 milhões de reais com produção de peças eleitorais para TV, rádio e redes sociais. Em relação ao impulsionamento de conteúdo digital, a campanha do bolsonarista comprou 407.000 reais em anúncios no Facebook e no Instagram.

    Apesar da derrota, bolsonaristas crescem no país

    Enquanto a campanha de Ramagem representou uma aplicação a fundo perdido para o PL, outras apostas do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, renderam motivos para celebrar entre as candidaturas mais caras do bolsonarismo.

    Das quinze capitais onde haverá segundo turno, o partido de Bolsonaro tem candidatos no páreo em oito, incluindo as dispendiosas campanhas de Bruno Engler (15,5 milhões de reais), em Belo Horizonte; André Fernandes (10,6 milhões de reais), em Fortaleza; Abílio Brunini (8,6 milhões de reais), em Cuiabá; e Janad Valcari (8,3 milhões de reais), em Palmas.

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    Já no primeiro turno, o PL venceu com folga em Maceió, colhendo bons frutos do investimento de 5,8 milhões de reais na candidatura de João Henrique Caldas. O melhor custo-benefício, porém, veio da reeleição de Tião Bocalom em Rio Branco (com pouco menos de 500.000 reais, a vitória do acreano se traduziu em 4,60 reais por voto).

    Pelo mesmo critério, porém, o fracasso mais caro de Valdemar foi o lançamento de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo sob Bolsonaro, à prefeitura de Recife. Com 5,5 milhões de reais em despesas e menos de 14% do eleitorado nas urnas, o custo do sanfoneiro foi de 42,71 reais por voto na capital onde o prefeito João Campos obteve vitória acachapante, com 78,11% dos votos válidos no primeiro turno.

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