O deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) entrou na Justiça contra o seu adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), pedindo que ele seja obrigado a pagar uma indenização de 20.000 reais por ter perguntado, no debate do domingo passado, 15, na TV Cultura, se o psolista havia “cheirado pó” antes de fazer uma pergunta. A ação foi protocolada na noite de terça-feira, 17, e divulgada pela campanha do deputado nesta quarta, 18.
O episódio que deu origem ao processo aconteceu durante o debate em que o candidato José Luiz Datena (PSDB) deu uma cadeirada no coach Pablo Marçal (PRTB). Nos últimos blocos do debate, após a saída dos dois envolvidos na baixaria, Nunes se dirigiu a Boulos questionando “Você cheirou? Você ‘tá’ louco, rapaz?”, ao responder a uma pergunta feita pelo rival.
Para o psolista, o gesto do prefeito reforçou uma notícia falsa divulgada pela campanha de Marçal. O coach disse, em vários momentos, que tinha provas de que Boulos usava drogas. No entanto, a imprensa revelou que ele estava usando um processo antigo de um homônimo do deputado, que é, na verdade, um aliado de Nunes e disputa uma vaga como vereador.
“Além disso, a acusação falsa de uso de cocaína, proferida de forma pública, em um contexto eleitoral, tem um agravante: a repetição de uma mentira previamente desmentida judicialmente. Tal conduta revela a intenção deliberada do réu de prejudicar o autor”, disseram os advogados de Boulos na ação. Eles também informaram que não têm interesse em fazer audiência de conciliação.
A ação também afirma que o prefeito “integrou-se em uma campanha de difamação maior, já iniciada por outro candidato (Marçal), o que evidencia um padrão de comportamento abusivo, deliberado e de má-fé para ofender o autor (Boulos)”.
O caso foi distribuído para a 24ª Vara Cível de São Paulo. O juiz do caso vai mandar citar Nunes, que terá quinze dias para se defender no processo. Além da indenização, Boulos pede que o emedebista seja proibido pela Justiça de repetir informações similares.