O ex-presidente Jair Bolsonaro está convocando uma manifestação na Avenida Paulista para o dia 7 de setembro, feriado nacional da Independência, na qual vai tentar pressionar o Supremo Tribunal Federal, em especial em relação aos processos que envolvem os seus apoiadores processados em razão da intentona golpista de 8 de janeiro de 2023.
Em vídeo postado em suas redes sociais, ele pediu aos seus apoiadores que não façam manifestações semelhantes fora da capital paulista e pediu que eles boicotem os tradicionais atos oficiais de comemoração da data.
“Não compareçam a qualquer evento comemorativo da Independência patrocinado pelo governo federal. Afinal de contas, repito, de que vale a nossa independência se não temos liberdade?”, disse Bolsonaro. O feriado da Independência sempre foi um dos maiores símbolos explorados pelo bolsonarismo, como um apelo ao nacionalismo e ao patriotismo. Uma das condenações à inelegibilidade do ex-presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi por fazer campanha durante os atos oficiais do 7 de setembro de 2022.
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1828929106014253125
Anistia aos bolsonaristas
Segundo a convocatória do ato, o principal objetivo é sensibilizar a população sobre a anistia dos presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O episódio colocou quase 2.000 pessoas atrás das grades e, posteriormente, boa parte delas no banco dos réus. Hoje, há menos de cem pessoas ainda encarceradas.
“Nós queremos anistia para os presos políticos. Nós temos no Brasil hoje órfãos de pais vivos. Temos pessoas que morreram na prisão sem o direito de se defender. E nós temos que lutar por isso. Essa é a intenção desse novo movimento. Faremos tanto quanto for necessário para sensibilizarmos mais gente no Brasil e fora do Brasil sobre essa real necessidade de tentarmos, de buscarmos resgatar a nossa democracia”, disse Bolsonaro.
Pablo Marçal
O ex-presidente também abriu caminho para que o coach Pablo Marçal (PRTB), que disputa a prefeitura de São Paulo, vá na manifestação. “É um movimento suprapartidário. Como o candidato a prefeito queria comparecer, nós autorizamos. Assim como qualquer outro candidato a prefeito da capital está autorizado a subir no carro de som também”, diz o ex-presidente. No entanto, segundo Bolsonaro, essa participação terá limites. “Obviamente, não fará uso da palavra, porque não teremos ali um ato político, e sim um patriótico do resgate da nossa democracia.”
Apesar de Bolsonaro apoiar oficialmente o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, na noite de quarta, 28, seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), publicou um apelo de paz e salientou bandeiras que o clã tem em comum com o coach. Os dois conversaram por telefone e o armistício teria sido costurado pelo deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG).