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Lillian Witte Fibe

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Nunca antes neste país um presidente esteve tão enrolado. Presos, os melhores amigos de Michel o põem na rota de terceira denúncia. É inédito.

Por Lillian Witte Fibe Atualizado em 29 mar 2018, 13h57 - Publicado em 29 mar 2018, 13h55
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  • Congresso vazio.
    Presidente da República em Vitória para inaugurar terminal de aeroporto – juntinho com os ministros da Fazenda, Planejamento e Casa Civil.
    Na cerimônia, coral maçônico e banda da Polícia Militar.
    Seu coordenador político e feroz defensor, Carlos Marun, em Florianópolis para fazer de Santa Catarina um estado mais saudável (aumenta-se a verba mensal em R$ 10 milhões).
    E a Polícia Federal deflagrando uma operação apocalíptica em São Paulo e no Rio.
    Três dos melhores e mais antigos amigos de Michel Temer vão passar a Páscoa na cadeia.
    Todos são investigados por corrupção no setor portuário: teriam recebido gordas propinas para editar o decreto que, em maio de 2017, autorizou a prorrogação ad eternum dos contratos de quem já administrava os portos.
    A principal beneficiária teria sido a Rodrimar, que cuida do porto de Santos e é velha conhecida de Temer.
    A operação de hoje, Skala, é desdobramento da Patmos, de maio do ano passado, que, a partir da delação de Joesley Batista, prendeu também a irmã do senador Aécio Neves, Andrea.
    Patmos é uma pequena ilha grega onde o apóstolo João, segundo a Bíblia, recebeu as revelações do apocalipse.
    Skala é o nome do único porto de Patmos.
    Três perguntas que não calam: 1) estaríamos próximos de um final apocalíptico do governo Temer?
    2) Dá pra enfraquecer ainda mais esse governo?
    3) O que leva um presidente com esse histórico a sonhar com a reeleição?
    O pedido das prisões de hoje foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nomeada outro dia por Temer com integral apoio de Gilmar Mendes.
    E a operação, autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, cujo impeachment o delirante ministro Marun promete protocolar no Congresso logo depois do feriado.
    Ele quer acusar Barroso de atividade político partidária por ter revogado o indulto natalino indecente concedido por Temer especialmente a criminosos do colarinho branco.
    Isso, para Marun, é faltar com o decoro.
    Enquanto eles viajam, inauguram, e tratam de prolongar o feriado prolongado, a Polícia Federal trabalha, investiga e prende – como fez no feriado da República, em novembro, quando escrevi o texto abaixo.
    Sim, a esperança é a última que morre.
    https://preprod.veja.abril.com.br/blog/lillian-witte-fibe/a-esperanca-e-a-ultima-que-morre-3/

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