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Ruptura no Centrão: aliados isolam e repudiam Bolsonaro

Custo da negação da derrota é alto. Progressistas e Republicanos rejeitaram na Justiça falsas alegações de Bolsonaro e do PL sobre fraude na vitória de Lula

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 nov 2022, 13h45
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  • Derrota eleitoral sempre custa caro, mas o preço fica mais alto para quem não sabe perder uma eleição.

    O caso de Jair Bolsonaro é exemplar. Ele acaba de ficar órfão de dois dos três partidos que formaram sua coligação (“Pelo bem do Brasil”) na disputa contra Lula, do PT.

    Os partidos Progressistas e Republicanos registraram no Tribunal Superior Eleitoral sua “discordância” com a decisão de Bolsonaro de não reconhecer a vitória de Lula.

    Além disso, formalizaram repúdio à iniciativa do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, de usar o sistema judiciário para legitimar falsas suspeitas de fraude sobre o processo eletrônico de votação, em coerência com a campanha desenvolvida há pelo menos dois anos por Bolsonaro e seu ex-candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto.

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    O Progressistas é liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e pelo chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

    O Republicanos é vinculado à Igreja Universal do Reino de Deus, dona de uma das mais eficientes máquinas eleitorais montadas por congregações evangélicas neopentecostais, desde a ascensão do televangelismo no país.

    A manifestação desses dois partidos na Justiça Eleitoral foi provocada pela multa de R$ 22,9 milhões imposta pelo juiz Alexandre de Moraes ao trio de aliados eleitorais de Bolsonaro, por “litigância de má fé”.

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    Em nome da coligação, Costa Neto, do PL, apresentou à Justiça Eleitoral “indícios” de fraude em cerca de 60% das urnas eletrônicas. Pediu a anulação da votação nessas urnas, o que resultaria em vitória de Bolsonaro com 51% dos votos.

    Ele restringiu o pedido ao segundo turno da eleição, embora as mesmas urnas tivessem sido usadas no primeiro turno, quando o PL elegeu a maior bancada da Câmara (99 deputados) e do Senado (14 senadores).

    Progressistas e Republicanos alegaram rejeição às teorias conspiratórias de Bolsonaro e de Costa Neto sobre a vitória de Lula.

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    Comprovaram jamais ter sido consultados sobre a ação judicial iniciada “unilateralmente” pelo Partido Liberal, em nome da coligação, para questionar a credibilidade da votação eletrônica.

    Ressaltaram o “caráter temporário” da coligação, a limitação da sua existência ao processo eleitoral e arremataram: “Portanto, foi dissolvida”.

    O juiz respondeu rápido, excluindo o Progressistas e o Republicanos da multa, que foi atribuída exclusivamente ao partido de Costa Neto.

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    O efeito disso é drástico para o PL, porque o valor corresponde a 45,5% dos recursos do fundo partidário que recebeu entre janeiro e outubro.

    É volume de dinheiro equivalente ao custeio da eleição de nove dos mais destacados deputados federais bolsonaristas abrigados no PL — alguns, como Bia Kicis (Distrito Federal) e Carla Zambelli (São Paulo), receberam R$ 2 milhões cada para financiar a reeleição.

    O interesse objetivo e imediato do Progressistas e do Republicanos era se livrar da multa, e alcançaram.

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    Porém, a forma e o conteúdo do protesto que apresentaram ao TSE evidencia uma ruptura no Centrão, o condomínio partidário que, até à eleição, funcionou como o esteio parlamentar do governo.

    Derrotado, deprimido e nas últimas três semanas em reclusão, Bolsonaro se vê cada dia mais isolado, vive numa espécie de limbo, entre o governo que se desmancha e incertezas sobre o próprio futuro.

    Costa Neto, aparentemente, achou que ele seria grande “ativo” político, com o peso específico de 58 milhões de votos, para consolidar o PL e influenciar na oposição a Lula, ajudando a coordenar as maiores bancadas da Câmara e do Senado. Deu errado.

    O custo da negação da derrota é alto — e crescente. Tanto para Bolsonaro quanto para Costa Neto, cuja liderança começou a ser contestada dentro do próprio partido. Ele considerava natural ter o PL no comando do Senado, a partir de fevereiro, mas o incêndio que iniciou ameaça carbonizar, também, essa possibilidade.

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