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Empresas aumentam em até 195% o custo do frete na seca da Amazônia

Custo de transporte de um contêiner passou a ser equivalente a 40% do preço final do produto. Empresas reclamam e governo do Amazonas suspeita de cartel

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 set 2024, 08h00
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  • As quatro maiores empresas que operam no transporte de cargas marítimo e fluvial na Amazônia decidiram aumentar seus preços em 150%, na média, por causa da estiagem. É a Taxa da Seca.

    Com isso o frete pago por um contêiner passou a ser equivalente a 40% do preço final do produto transportado — situação inédita para empresas e governos da Amazônia.

    Na seca do ano passado, a Maersk, empresa líder no setor, cobrava uma taxa extra de 700 dólares a 2 mil dólares dependendo do volume do contêiner e da procedência (marítima ou fluvial). Subiu o valor em 195%, para 5.900 dólares, agora cobrado por contêiner de qualquer volume ou origem.

    A transportadora CMA-CGM aumentou em 185% (para 5.700 dólares). Já a MSC elevou em 150% (para 5 mil dólares) e a One em 70% (para 3.500 dólares).

    As quatro transportadoras avisaram às empresas de Manaus que a cobrança seria feita a partir de 1º agosto, três meses antes do período mais crítico da seca amazônica, que é outubro. Acrescentaram: os aumentos valem por tempo indeterminado.

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    A Amazônia enfrenta uma grave estiagem. Nesta quarta-feira (4/9), por exemplo, o rio Madeira chegou ao nível mais baixo (1,02 metro) dos últimos 57 anos. O Madeira é um dos maiores do planeta, atravessa o Brasil, a Bolívia e o Peru.

    Até agora, a estiagem não tem sido muito mais intensa do que foi no ano passado (o Madeira, por exemplo, chegou a 1,09 metro). No Estado do Amazonas não chove há três meses, mas governo e empresas não percebem impactos locais da mudança climática capazes de justificar aumento médio de 150% na Taxa da Seca aplicada ao transporte de cargas.

    Ao contrário, acham que as medidas preventivas adotadas no primeiro semestre se mostram adequadas para evitar perdas e danos econômicos como os registrados no ano passado, quando as indústrias de Manaus ficaram sem insumos e atrasaram a produção. Empresas anteciparam compras de matérias-primas e combinaram com o governo estadual a abertura de novos portos e dragagem para melhorar a navegabilidade nos rios Amazonas e Solimões.

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    Questionadas pelo Ministério Público, paradoxalmente, as empresas transportadoras incluíram as mudanças (novos portos e dragagem) na lista de argumentos e justificativas para aumentos no frete. O governo do Amazonas reagiu, e apelou à intervenção Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

    A Taxa da Seca é indiscutível, disse o governo estadual no processo, mas as transportadoras não esclareceram as razões e “não se sabe o porquê de tão expressivo aumento”. Citou os novos portos e a dragagem dos principais rotas fluviais, e acrescentou: “Deveria haver diminuição da taxa, e não aumento”.

    O Amazonas pediu uma investigação sobre a formação de cartel. Isso aconteceu na quarta-feira 31 de julho. Até a noite desta quarta-feira (4/9), o governo estadual não havia recebido uma resposta do Cade, órgão federal responsável pela zeladoria da competição empresarial.

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