Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

‘Efeito Rosa’ provoca debate sobre aborto e hegemonia masculina

Rosa Weber, presidente do Supremo, provocou alvoroço no grupo de homens que detém a hegemonia de poder na Justiça, no Congresso e no governo

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h05 - Publicado em 19 set 2023, 09h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em dez dias, a juíza Rosa Weber deixa o Supremo Tribunal Federal. A lei obriga aposentadoria aos 75 anos, que ela completa no dia 2 de outubro. Sairá como entrou, discreta e sóbria na ousadia da provocação.

    O “Efeito Rosa” está aí, visível no alvoroço provocado no grupo de homens que detém a hegemonia na estrutura de poder da Justiça, do Congresso e do governo.

    Os do Judiciário estão incomodados com a decisão de provocar no Conselho Nacional de Justiça, nesta terça-feira (19/9), a criação de uma regra de alternância entre mulheres e homens nas vagas de juízes de carreira, por critérios de antiguidade e de merecimento.

    Começaria a valer em janeiro e seria mantida em cada tribunal do país até se alcançar proporção próxima ao equilíbrio (40% e 60%).

    A reação na cúpula do Judiciário tem sido dura, mas a juíza manteve a decisão até por estar habituada ao incômodo masculino: é uma das três únicas mulheres a integrar o Supremo em século e meio de existência do tribunal — as outras são as ex-presidentes Ellen Gracie, aposentada desde 2011, e Cármen Lúcia.

    Continua após a publicidade

    São grandes as chances de que Lula indique um homem para substituir Rosa Weber nos próximos dias. Se fizer isso, Cármen Lúcia será a única mulher no plenário do supremo tribunal de um país onde a maioria é feminina (51,1% da população).

    O “Efeito Rosa”, no entanto, vai perdurar. Semana passada, ela liberou para julgamento um processo no qual o Psol alega ser inconstitucional a legislação em vigor que criminaliza o aborto, admitindo-o apenas em situações de risco de vida, feto anencéfalo e gravidez consequente de estupro.

    Na aparência, foi um procedimento de rotina, ela é relatora do caso e concluiu ter chegado a hora de apresentá-lo para julgamento no tribunal. Não há data prevista para decisão no STF, mas, na vida real, ela perturbou o Senado.

    Continua após a publicidade

    O “colégio de líderes” de partidos, composto por uma dúzia de homens e uma mulher, anunciou mobilização para tentar aprovar uma legislação “conservadora” sobre aborto em resposta ao Supremo. Paradoxalmente, o Psol acionou o STF exatamente porque o Senado há décadas evita decidir sobre o tema.

    Indecisão é uma forma de decisão política. A juíza, na prática, estimula um debate parlamentar sobre o aborto, tema relevante para mulheres, maioria no eleitorado. .

    O juiz Luiz Roberto Barroso, que vai substituir Rosa Weber na presidência do Supremo, costuma dizer que se homens engravidassem, a questão política “aborto” estaria resolvida desde sempre. Discretamente, o “Efeito Rosa” já provocou a inclusão do tema na agenda do Senado.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.