“Não somos ingênuos ou irresponsáveis (…) Entendemos que ser jovens, como nós somos, é não ter medo de dizer o nome daquele que quer implodir as pontes existentes no nosso caminho até a democracia real. Jair Bolsonaro ataca as liberdades democráticas não apenas quando questiona a segurança das urnas ou quando vocifera frente às instituições. Os cortes bilionários nos recursos da Educação também são um ataque à democracia. A democracia sangra quando o governo nomeia interventores nas reitorias das nossas universidades. A democracia é sequestrada quando faltam vacinas, quando, em meio ao crescimento do desemprego e da desigualdade social, não há taxação de grandes fortunas. O povo e, portanto, a democracia, morrem quando o 1% [da população] concentra a riqueza do restante das brasileiras e dos brasileiros. É por isso que a defesa democrática não pode ser uma abstração formal. Deve ser, na realidade, uma luta material pelo direito ao pão e pelo direito à poesia.”
(Manuela Morais, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade estudantil mais antiga do país, fundada há 119 anos na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.)