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Bolsonaro presidente derrete o candidato Bolsonaro

Com dificuldades para falar, Bolsonaro falou até em impedir eleições em 2022. Acabou a semana isolado e derretendo a própria candidatura

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jul 2021, 09h00
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  • Bolsonaro fala a apoiadores no Palácio da Alvorada - 05.07.2021
    Há uma semana Jair Bolsonaro está com dificuldades para falar. Soluça, engasga. Ontem à noite, em Bento Gonçalves (RS), sentiu-se mal num jantar com empresários, foi retirado e levado para atendimento médico num hotel militar — (\/Reprodução)

    Há uma semana Jair Bolsonaro está com dificuldades para falar. Soluça, engasga.

    Na manhã de ontem, mal conversou com seguidores na portaria do Palácio da Alvorada: “Estou há sete dias soluçando” — justificou-se — “tenho dois discursos hoje e um amanhã. Estou poupando aqui falar”.

    À tarde, se apresentou visivelmente abatido num evento na Universidade de Caxias do Sul (RS). Soluçante, demonstrou dificuldade para completar frases, como “quanto às pressões que eu enfrento, fiquem tranquilos, meu couro é grosso.”

    Horas depois, foi jantar com empresários na cidade vizinha de Bento Gonçalves. Entrou no restaurante, ficou minutos, sentiu-se mal e foi retirado pelos seguranças para atendimento médico no Hotel de Trânsito do 6º Batalhão de Comunicações.

    Paradoxalmente, foi a semana em que Bolsonaro mais falou — contra o Congresso, o Supremo, a Justiça Eleitoral, etc. Entre soluços e engasgos, inflou uma crise cujo único resultado foi ampliar o seu isolamento político.

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    Há 30 meses, governa focado na reeleição. Nesta semana voltou a dizer que poderia conturbá-las, sugerindo até impedi-las. Não disse como, nem lhe perguntaram, provavelmente porque nem queriam ouvir. Mas foi o suficiente para unir quase todos contra ele, nos partidos, no Congresso, no Supremo e na Justiça Eleitoral.

    Por óbvio, a hipótese de abstrair o voto não existe no jogo democrático. Ao acenar com essa cartada, Bolsonaro semeou desconfiança entre aqueles que ainda o sustentam no governo.

    Não ter eleição significa fechar o Congresso, destruir partidos e liquidar carreiras construídas sem necessidade do bolsonarismo.

    Agrupados no Centrão, os aliados de Bolsonaro têm um histórico de fidelidade na dificuldade. No limite, comparecem ao velório, ajudam a carregar o caixão, até choram à beira da cova, mas enterram o governo e seguem vivos. Não fazem pactos de suicídio político.

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    No retrato das pesquisas dos últimos seis meses, retocado nas sondagens divulgadas nesta semana, Bolsonaro-presidente está derretendo o Bolsonaro-candidato. E esse processo tem tudo para continuar.

    Para aliados, é melhor mantê-lo até encontrar alternativa a Lula e ao PT, com prévia definição das fatias do próximo orçamento, que é vital à eleição de 2022.

    Para os demais, representa o adversário quase perfeito: isolado, exaurido na voz e na capacidade de ação, sob múltiplas investigações e, como atestou o Datafolha, reconhecido por metade do eleitorado como principal responsável pela catástrofe pandêmica, com mais de 530 mil mortes até à noite de ontem.

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