Dois estudos recentes, publicados na revista científica Nature Sustainability, apontaram que a plantação de novas florestas em nome da natureza pode fazer mais mal do que bem ao meio ambiente. Um deles aponta que o incentivo financeiro para o plantio pode ter o efeito colateral de reduzir a biodiversidade; já o outro revela que a quantidade de carbono que essas novas florestas poderiam absorver pode ter sido superestimado.
Analisados em conjunto, os trabalhos indicam que a criação de novas áreas verdes não é uma solução simples para o planeta. Até agora, a ideia tem sido abordada como uma forma barata e simples de contrabalancear a mudança climática.
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Clique e AssineÉ preciso lembrar, porém, que muitos outros estudos já sugeriram que o plantio de florestas é de enorme importância para a busca pela sustentabilidade. Assim, esses dois artigos não representam uma verdade absoluta ou inegável. Trata-se apenas de um ponto a se analisar antes de tornar ao plantio apressado em regiões degradadas.
A primeira pesquisa teve como objetivo investigar os incentivos financeiros dados pelo governo chileno a donos de terra para aumentarem o número de árvores em seus lotes. Como resultado, o trabalho constatou que o esquema de subsídios tinha como consequência a expansão da área coberta por árvores, mas trazia também a diminuição da área de floresta nativa. Assim, a perda da biodiversidade no local era acelerada — o exato oposto do que a política pública pretendia.
A segunda pesquisa visava examinar quanto carbono uma floresta recém-plantada consegue reter da atmosfera. Conduzido na China, o estudo determinou que, em solos ricos em carbono, a adição de novas plantas não tinha o efeito pretendido.