Em um cenário internacional no qual movimentos como o veganismo e a luta contra os maus tratos aos animais só crescem, algumas empresas encontraram espaço para se desenvolver e produzir um outro tipo de carne. Desta vez, contudo, feita em laboratório.
A partir da cultura de células animais em ambientes controlados, companhias como as norte-americanas Just e Finless Foods fabricam um tipo de proteína que dispensa a morte de animais. Do ponto de vista ambiental, à primeira vista, a ideia parece maravilhosa.
Afinal, as emissões de gases de efeito estufa por parte de bois e vacas (que representa cerca de 4% do total nos Estados Unidos, por exemplo) seriam cortadas em grandes proporções. Além disso, outras economias poderiam vir do abandono da necessidade de abater e transportar gado, o que demanda uma enorme quantidade de energia.
No entanto, é difícil afirmar se a nova forma de produzir esse tipo de proteína seria de fato mais benéfica para a natureza. Cientistas da Universidade Oxford, na Inglaterra, descobriram que os resultados podem não ser tão bons assim.
De acordo com a pesquisa, a curto prazo, a carne feita em laboratório pode ser positiva para o meio. Sua fabricação resultaria em menos aquecimento global do que aquele gerado pelo abate de gado atualmente, já que o novo método não libera tanto metano (potente gás de efeito estufa) quanto vacas de verdade.
Contudo, em longo prazo, a tendência se inverte. O alastramento desse processo laboratorial, com o passar dos anos, acabaria gerando quantidades de gás carbônico (também responsável pelo efeito estufa) e exigindo muita energia, o que prejudica a natureza. Apesar de produzir muito menos metano do que na versão, digamos, ao natural, o CO2 demora muito mais para se dissipar do que o outro gás.