Cerca de 220.000 clientes da Enel em São Paulo seguem sem energia elétrica, quase 90 horas depois do temporal que atingiu a região metropolitana na última sexta-feira 11. Obedecendo a uma determinação do Ministério de Minas e Energia, a empresa se comprometeu a restabelecer a energia para todos os clientes em até três dias. O último boletim leva em conta os imóveis sem energia até as 12h desta terça-feira, 15.
Segundo a empresa, foram convocados profissionais das suas distribuidoras no Chile, Itália, Espanha e Argentina para reverter o apagão, que deixou ao todo mais de 2 milhões de pessoas sem energia. Segundo a Enel, dos 220.000 imóveis sem luz, 147.000 são na capital paulista e o restante em São Bernardo do Campo e Diadema.
Além dos técnicos do exterior, a Enel já havia convocado no final de semana apoio das suas distribuidoras no Rio de Janeiro e no Ceará. A empresa disse que, com o reforço desta segunda, mobilizou 2.900 profissionais para reverter a situação na capital paulista.
É o segundo apagão que atinge a cidade em menos de um ano. Em novembro do ano passado, devido a fortes chuvas, 4 milhões de casas ficaram sem energia. Em alguns pontos, o serviço demorou mais de uma semana para ser restabelecido.
Nesta manhã, ao fixar o prazo de três dias, o ministro Alexandre Silveira criticou a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e também da Enel diante da situação. “Eventos climáticos não poderão mais ser expurgados da avaliação contratual, não é possível o setor elétrico ser reativo”, disse.
Durante a tarde, em coletiva de imprensa, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, anunciou que o governo federal determinou a realização de uma auditoria para analisar a fiscalização da Enel pela Aneel.