Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Alinhado a Moro, Fachin coleciona derrotas na 2ª Turma do STF

Quando houve julgamento de mérito de prisões preventivas determinadas pelo juiz federal, ministros do Supremo derrotaram o relator da Lava Jato

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 Maio 2017, 22h10 - Publicado em 2 Maio 2017, 21h26

Voto vencido na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nas decisões que libertaram o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu, na semana passada, e o ex-ministro José Dirceu, nesta terça-feira, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no tribunal, mantém-se alinhado às decisões do juiz federal Sergio Moro e aos anseios da força-tarefa da operação em Curitiba desde que assumiu a relatoria, em fevereiro.

Nas cinco vezes em que precisou decidir sobre a manutenção de prisões preventivas determinadas por Moro, Fachin concordou com todas elas. O relator foi acompanhado por seus pares em duas decisões neste sentido: ao negar liberdade a Genu pela primeira vez, em 7 de fevereiro, e ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma semana depois.

Nestas duas ocasiões, contudo, os votos de Fachin seguidos pelos outros ministros apontavam para uma questão formal. Conforme o relator, os pedidos do ex-tesoureiro do PP e do peemedebista não poderiam ser aceitos porque não haviam sido feitos na forma de habeas corpus e não foram analisados por instâncias inferiores até chegarem à Corte.

Não houve nestes dois casos, portanto, julgamento a respeito do excesso de tempo a que réus já condenados estariam submetidos à prisão preventiva em Curitiba por ordem de Moro, uma das principais críticas de advogados e juristas à Lava Jato.

Quando os pedidos que chegaram ao STF obedeceram às questões formais, ou seja, foram feitos por meio de habeas corpus e passaram pelas outras instâncias da Jutiça, as “alongadas prisões que vêm de Curitiba”, como diz o ministro Gilmar Mendes, foram derrubadas na Segunda Turma. Fachin manteve sua caneta alinhada à de Moro nos casos de Bumlai, Genu e José Dirceu – e foi derrotado em todos. Celso de Mello o acompanhou nas decisões sobre Genu e Dirceu, já Ricardo Lewandowski seguiu o relator em seu voto contrário à liberdade ao pecuarista amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Continua após a publicidade

Mendes e o ministro Dias Toffoli votaram pela liberdade aos três presos preventivamente. Uniram-se a eles e formaram maioria Mello, em relação a Bumlai, e Lewandowski, nos casos de Genu e Dirceu.

As teses “vencedoras” nos três julgamentos tinham como ponto central críticas à antecipação da execução de penas a partir das prisões preventivas. Conforme entendimento do STF, as sentenças penais devem ser cumpridas após condenação em segunda instância. “Se não concedermos essa ordem de habeas corpus, teremos de fazer o seguinte: mudar o precedente do plenário. Estamos diante de execução provisória da pena em primeiro grau, o que não é aceito por esta Corte”, resumiu Dias Toffoli ao justificar o voto pela soltura de Genu.

No dia seguinte, Fachin foi sutil ao comentar as decisões tomadas pelos colegas. “Saí daqui ontem com vontade de reler o Ibsen, ‘Um Inimigo do Povo’ e a história do doutor Stockmann”, ironizou, em referência à obra em que as boas intenções do protagonista sucumbem à maioria e à unanimidade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.