“Sicario: Dia do Soldado” tem músculos e muito drama
Acompanhe o 'Em Cartaz' com a colunista de VEJA Isabela Boscov
Dirigido pelo Denis Villeneuve de ‘A Chegada’ e ‘Blade Runner’ 2049, o primeiro ‘Sicario’, de 2015, é um dos filmes mais inquietantes dos últimos anos – uma exposição tenebrosa de como o lado americano da guerra às drogas se tornou quase tão sórdido quanto os próprios narcotraficantes. Como uma continuação poderia fazer jus a um filme tão potente? Pois ‘Sicario: Dia do Soldado’, dirigido pelo italiano Stefano Sollima (de séries como ‘Suburra’ e ‘Gomorra’), tem uma musculatura poderosa e ágil e seus próprios momentos espetaculares.
Emily Blunt saiu da escalação: agora, o ponto de vista é o da menina Isabel Reyes (Isabela Moner), de 13 anos, uma princesa do narcotráfico que o agente clandestino Matt Graves (Josh Brolin) e o sempre enigmático Alejandro (Benicio Del Toro) sequestram, a mando do governo americano, para deflagar uma guerra entre os cartéis mexicanos e assim facilitar o combate ao tráfico de pessoas – de imigrantes ilegais a terroristas islâmicos. É oportuno, tenso, triste, dramático e muito forte, e tem ainda o desempenho absolutamente sensacional de Benicio Del Toro e de Isabela Moner no coração do filme.