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Ter orientadoras incentiva alunas a não largarem engenharia

Nenhuma das estudantes que tinham professoras como mentoras abandonaram o curso; enquanto que 18% das alunas orientadas por homens largaram a graduação

Por Carla Monteiro 26 Maio 2017, 17h24

Uma pesquisa publicada na edição online do periódico científico Proceedings of the National Academy for Science revelou que o fato de ter professoras orientadoras incentiva mulheres a permanecerem nos cursos de engenharia. A autora do estudo é a psicóloga Nilanjana Dasgupta, da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos.

Durante quatro anos consecutivos, 150 alunas de cursos de engenharia foram recrutadas por Dasgupta para que a psicóloga acompanhasse suas trajetórias acadêmicas. No início, a pesquisadora não mencionou a abordagem da pesquisa, logo, as estudantes não tinham como saber do que se tratava a amostragem. Todas elas foram designadas aleatoriamente para ter um orientador ou orientadora; algumas ficaram sem nenhum mentor.

Ao final do primeiro ano de graduação, de todas as meninas do curso de engenharia cuja orientação era feita por mulheres, nenhuma delas abandonou o curso. Enquanto que, no caso das estudantes orientadas por homens, a taxa de abandono foi de 18%. No terceiro cenário, quando a aluna não tinha orientador, a desistência alcançou 11%.

De acordo com a psicóloga, o significativo número de 100% de permanência das garotas orientadas por mulheres diz respeito ao pertencimento à engenharia. Isso porque as estudantes sentem-se mais confiantes em suas habilidades, além de ter a sensação de que fazem parte da área quando têm a sua frente outras mulheres.

A pesquisadora pontua que um pouco mais de 50% dos estudantes universitários são mulheres, porém nos cursos voltados a tecnologia, como engenharia, computação e física, a parcela de garotas varia entre 13% e 33%. Ou seja, a presença das mulheres na carreira é menor, e com as desistências o número cai ainda mais. Dasgupta lembra que a pesquisa não afirma que homens não são bons como orientadores, mas procura entender como eles podem ser tão efetivos quanto as mulheres na hora de orientar as meninas do setor de tecnologia. 

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