Com o coronavírus e as medidas de isolamento social, trabalhadores autônomos e pequenos negócios tendem a sofrer mais que as grandes empresas. Pensando nisso, o aplicativo de entregas iFood anunciou a VEJA neste sábado, 28, medidas para atender os entregadores da plataforma que estão no grupos de risco e que precisam permanecer em isolamento.
Assim, foi criado um novo fundo solidário, no valor de 1 milhão de reais, que será destinado a todos os entregadores com mais de 65 anos (cerca de 1% dos entregadores) e aos que estiverem no grupo de risco, com doenças pulmonares, cardíacas, imunossupressão (inclui HIV), obesidade mórbida, diabetes, insuficiência renal crônica e cirrose.
Esta nova ação junta-se a outro fundo, também de 1 milhão de reais, anunciado no dia 13 de março, mas voltado para entregadores com sintomas ou infectados por Covid-19. Neste caso, os entregadores recebem valor do fundo durante um período de 14 dias de quarentena. No total, serão 2 milhões de reais destinados aos trabalhadores associados ao aplicativo.
Os que tiverem mais 65 anos também terão a conta automaticamente inativada durante 30 dias e receberão do fundo um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias. Os demais grupos de risco deverão entrar em contato com a empresa para solicitar o acesso aos valores do fundo, mediante comprovação das condições de saúde.
Outra medida é uma parceria com o plano de saúde AVUS, para a disponibilização gratuita de serviços de saúde para os 140.000 profissionais de entrega que utilizam a plataforma iFood. Os serviços de clínicas médicas, laboratórios e farmácias terão até 80% de desconto e serão pagos somente quando usados. Os benefícios serão válidos também para um dependente de escolha do entregador.
A empresa já havia anunciado na quarta-feira, 25, que os 147.000 restaurantes que estão na plataforma teriam antecipação dos pagamentos feitos no app e descontos nas comissões que são pagas para a empresa. As ações são previstas para iniciarem no dia 2 de abril e devem durar inicialmente por 2 meses. Também, na sexta-feira, 27, iniciou chamamentos, como se fossem pedidos aos entregadores, com a intenção de distribuir kits, contendo álcool em gel e material informativo, de forma que os trabalhadores não se aglomerem para a retirada.
A decisão é semelhante a tomada pela Uber, que anunciou na terça-feira, 24, um programa nacional que dará auxílio financeiro por até 14 dias para os motoristas e entregadores (da plataforma Uber Eats) que estiverem com Covid-19 ou tiverem quarentena decretada por órgão de saúde. De acordo com a empresa, 1 milhão de pessoas trabalham com o aplicativo no Brasil . O valor recebido será uma média de ganhos diários do motorista nos 6 meses anteriores a 6 de março. Caso esteja usando o aplicativo a menos tempo que isso, o valor será uma média desde o início até a data.