As famílias que pretendem ter filhos por meio de tratamentos de fertilidade podem respirar aliviadas e receberem as vacinas contra a Covid-19. No primeiro estudo para examinar como os imunizantes afetam a fertilização in vitro de transferência de embriões frescos, publicado no JAMA, cientistas da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, não encontraram correlação negativa nas taxas de gravidez entre essas pacientes vacinadas e não vacinadas.
Com o trabalho, os pesquisadores esperam que as descobertas forneçam novas informações e dados para os profissionais de saúde aconselharem as pacientes de fertilidade sobre a segurança das vacinas.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que os imunizantes contra a Covid-19 não afetam negativamente os resultados de fertilidade em pacientes de fertilização in vitro usando embriões congelados e nem a chance de um casal de conceber uma criança.
Transferência de embriões congelados x frescos
A fertilização in vitro é um procedimento destinado a auxiliar as mulheres que não conseguem engravidar por meios naturais. Usa diferentes processos para colher óvulos humanos de uma mulher e fertilizá-los fora de seu corpo. Uma vez fertilizado, esse óvulo se torna um embrião que pode ser congelado para uso posterior em um ciclo de transferência de embriões congelados ou implantado no útero da mulher alguns dias após a fertilização, procedimento chamado transferência de embrião fresco.
Neste estudo, Emily Jacobs, endocrinologia reprodutiva da Universidade de Iowa e principal autora, e sua equipe analisaram dados de pacientes que receberam transferência de embriões frescos entre dezembro de 2020 e setembro de 2021. Dessa população, 142 mulheres foram vacinadas contra a Covid-19 e 138 pacientes não foram vacinadas. “Apesar da literatura publicada anteriormente, no momento em que este estudo foi realizado, as pacientes, tanto férteis quanto inférteis, ainda tinham uma preocupação significativa com a vacinação e o impacto potencial na fertilidade futura”, disse.
Os pesquisadores, porém, não encontraram evidências sugerindo que a vacinação tenha afetado negativamente os resultados da fertilização in vitro de transferência de embriões frescos. Além disso, a equipe de pesquisa diz que não houve diferenças significativas entre as taxas de gravidez e aborto entre pacientes vacinadas e não vacinadas. “Nossos dados confirmam a literatura publicada anteriormente de que a vacinação contra a Covid-19 não afeta negativamente nenhum aspecto da fertilidade feminina – números de óvulos, fertilização, desenvolvimento embrionário, implantação e gravidez clínica”, afirmou Emily.
De acordo com o trabalho, os médicos devem ser encorajados a aconselhar suas pacientes a serem vacinadas se estiverem planejando engravidar, já que as mulheres grávidas têm um risco maior de doença grave e morte do que as não grávidas, e a vacina é segura para qualquer estágio da gestação.