Vacinação de familiares protege parentes mais vulneráveis à infecção
Estudo sueco mostra que pessoas com problemas de imunidade correm riscos menores de infecção e hospitalização se conviverem com familiares vacinados
Um estudo da Universidade de Umeå, na Suécia, mostra que a vacina protege as pessoas mais vulneráveis à Covid-19 de infecção e hospitalização mesmo dentro de casa. Isso porque, além da proteção individual, a pesquisa indica que a imunidade dos membros da família que já tiveram a doença anteriormente ou completaram o esquema vacinal aumentou. “Os resultados sugerem que a vacinação é importante não apenas para a defesa individual, mas também para reduzir a transmissão, especialmente dentro das famílias, que é um ambiente de alto risco”, diz Peter Nordström, professor de medicina geriátrica da Universidade de Umeå.
No levantamento, os pesquisadores descobriram que havia uma associação direta entre o número de indivíduos imunes em cada família e o risco de infecção e hospitalização em membros não imunes. Especificamente, os familiares com problemas de imunidade tiveram um risco de 45% a 97% menor de infecção e hospitalização conforme aumentou o número de parentes vacinados.
O estudo é baseado em registros de mais de 1,8 milhão de indivíduos e cerca de 800 mil famílias. Os pesquisadores combinaram dados da Agência de Saúde Pública da Suécia, do Conselho Nacional de Saúde e Bem-estar e da Statistics Sweden, agência governamental que supervisiona os dados estatísticos do país.
Na análise, os cientistas quantificaram a associação entre o número de familiares com imunidade contra Covid-19 e o risco de infecção e hospitalização em indivíduos não imunes. Eles levaram em conta as diferenças de idade, status socioeconômico, agrupamento dentro das famílias e vários diagnósticos previamente identificados como fatores de risco para a doença na população sueca. “A vacinação ajuda não apenas a reduzir o risco do indivíduo de se infectar, mas também a diminuir a transmissão do novo coronavírus, o que, por sua vez, minimiza o risco de que mais pessoas fiquem gravemente doentes e que surjam novas variantes” explica Marcel Ballin, estudante de doutorado em medicina geriátrica na Universidade de Umeå e coautor do estudo. “Consequentemente, garantir que muitas pessoas sejam vacinadas tem implicações em uma escala local, nacional e global”, finaliza Ballin.