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Tirar poucas folgas no trabalho aumenta o risco de morte prematura

Estudo realizado por pesquisadores finlandeses mostrou que a associação está relacionada ao stress

Por Da Redação
Atualizado em 31 ago 2018, 17h53 - Publicado em 29 ago 2018, 17h16
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  • Viajar é um dos prazeres da vida, mas muita gente abre mão de alguns dias de folga porque não consegue se afastar da rotina ou tem medo de ter problemas no trabalho. Um conselho: para o seu próprio bem, tire férias. Pessoas que sofrem de stress prolongado e tiram menos tempo de folga durante o ano apresentam maior risco de morte prematura, alerta estudo publicado no Journal of Nutrition, Health & Aging. Isso ocorre porque evitar férias diminui a qualidade de sono, o que pode prejudicar a memória, provocar ganho de peso e causar sentimentos de solidão, fatores que pôem em risco a saúde física e mental.

    E não adianta manter uma dieta balanceada e um estilo de vida saudável, como praticar exercícios físicos. Segundo Timo Strandberg, coautor da pesquisa, hábitos saudáveis não são suficientes para compensar rotinas de trabalho intensas e recusas em tirar folgas ao longo do ano. “Não pense que ter um estilo de vida saudável compensaria o trabalho excessivo e a ausência de férias. As férias podem ser uma boa maneira de aliviar o stress”, disse ao Medical Daily. Os resultados do estudo mostraram que o stress foi uma das causas de morte prematura entre os participantes.

    A equipe de pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, examinou dados de 1.222 empresários finlandeses coletados ao longo de quatro décadas. Os homens, nascidos entre 1919 e 1934, eram de meia-idade na época de realização do recrutamento (década de 70). Todos eles tinham pelo menos um fator de risco para doença cardiovascular, como intolerância a glicose, excesso de peso, pressão alta, colesterol alto, tabagismo ou níveis de gordura no sangue elevados (triglicerídeos).

    Trabalhe menos

    Os participantes foram colocados aleatoriamente em um grupo de intervenção (612) ou um grupo de controle (610) e acompanhados por cinco anos. O primeiro recebeu recomendações a cada quatro meses para realizar atividades físicas, atingir a meta de peso ideal, manter uma dieta saudável e parar de fumar. Caso os conselhos não fossem eficazes, eles também recebiam medicação para reduzir a pressão arterial e os lipídios. Já o segundo grupo recebeu cuidados de saúde habituais e não tiveram maior contato com a equipe.

    Ao final do estudo, os pesquisadores notaram que o risco de problemas cardiovasculares caiu 46% no grupo de intervenção. Apesar disso, ocorreram mais mortes nesse grupo durante os quinze anos de acompanhamento. O estudo também descobriu que por tirarem menos de três semanas de folga do trabalho por ano, o risco de que viessem a ter morte prematura ao longo dos trinta anos seguintes era 37% maior. Já no grupo de controle, o risco de morte permaneceu o mesmo.

    Evite o stress e curta a vida

    Para os cientistas, a longevidade no segundo grupo pode ser explicada pelo fator stress, provocado pela necessidade de manter um estilo de vida saudável, mas não alcançar essa meta. “Um homem de negócios com alto status na sociedade vai ao médico e este lhe diz que ele deve reduzir o peso e parar de fumar; se ele não pode, fica estressado”, explicou Strandberg ao The Telegraph. Por causa disso, a equipe aconselha os médicos a prescrever férias para os pacientes vulneráveis ao stress ligado à incapacidade de manter hábitos saudáveis.

    É claro que não é recomendado viajar várias vezes por ano e descuidar da própria saúde. As pessoas apenas precisam aprender a relaxar e evitar o stress, independentemente de ser causado pelo trabalho ou por se preocupar demais com a saúde. “Perguntando às pessoas de 95 anos qual foi a razão pela qual elas atingiram essa idade, quase sempre a resposta que recebi foi ‘curti a vida, me diverti’. Portanto, não se esqueça de aproveitar a vida, você só tem uma”, comentou Joep Perk, porta-voz da Sociedade Europeia de Cardiologia.

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