Um em cada cinco adultos que tiveram Covid-19 ainda sofrem com os efeitos de longo prazo, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, com sintomas como dificuldade de pensar ou se concentrar, problemas de sono, tontura, alteração no olfato ou paladar, depressão e ansiedade.
Na segunda-feira, 21, a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) divulgou uma pesquisa que pode explicar esses sintomas neurológicos. Utilizando um tipo especial de máquina de ressonância magnética, os pesquisadores estudaram e identificaram alterações no tronco cerebral e no lobo frontal dos pacientes, às vezes até seis meses após a infecção. As regiões cerebrais afetadas estão ligadas à fadiga, insônia, ansiedade, depressão, dores de cabeça e problemas cognitivos, de acordo com o estudo.
Os pesquisadores também encontraram uma diferença significativa na região do diencéfalo ventral direito do tronco cerebral. Esta região está associada a muitas funções corporais cruciais, incluindo a coordenação com o sistema endócrino para liberar hormônios, retransmitir sinais sensoriais e motores ao córtex cerebral e regular os ritmos circadianos (o ciclo sono-vigília). “Nosso estudo é apenas de uma pequena janela temporal. No futuro, as consequências elucidarão se existe alguma mudança permanente”, disse a coautora do estudo, Sapna Mishra.
Os pesquisadores usaram imagens ponderadas por suscetibilidade para avaliar o impacto da Covid-19 no cérebro. Este tipo de imagem é frequentemente usado para detectar e monitorar muitas condições neurológicas, incluindo micro-sangramento, tumores cerebrais e acidente vascular cerebral.