O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 7, a criação de uma força-tarefa que envolve nove ministérios para atuar na luta pela eliminação de oito doenças que atingem as populações de mais vulneráveis e medidas de controle de outras quatro até 2030.
Batizado como Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS), a iniciativa inédita terá como alvo doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma (conjuntivite bacteriana), filariose (elefantíase), esquistossomose, oncorcercose (cegueira dos rios), geo-helmintíases (verminoses), tuberculose, HIV, hanseníase e sífilis.
Tuberculose, HIV e hanseníase serão alvo de ações para controle e redução seguindo as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) a serem atingidas até 2030.
Em relação à malária, o ministério abordou ainda a incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) do medicamento de dose única contra a doença chamado tafenoquina nesta terça-feira, 6. Segundo a pasta, o remédio combate a malária causada por Plasmodium vivax, tipo responsável por 83% dos casos da doença no Brasil em 2021.
As enfermidades foram selecionadas com base na estratégia prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) de enfrentar doenças que se configuram como problemas de saúde pública, como malária, doença de chagas e hepatites, e erradicar a transmissão vertical (da mãe para o filho) do HIV, sífilis e hepatite B.
“Essa agenda significa a possibilidade de eliminar doenças como problema de saúde pública, algumas, inclusive, históricas. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos”, afirmou, durante a cerimônia de lançamento, a ministra da Saúde Nísia Trindade.
Na força-tarefa, que será mantida até janeiro de 2030, vão participar os ministérios da Saúde, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Educação, da Igualdade Racial, da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas.
Saiba mais as metas para as doenças:
Tuberculose
Meta: Reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e as mortes para menos de 230 por ano
Cenário: Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil – um aumento de 4,9% em relação à 2021
HIV
Meta: Alcançar o índice de 95% das pessoas diagnosticadas, em tratamento e com carga viral controlada
Cenário: Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil, das quais 900 mil conhecem seu diagnóstico
Malária
Meta: Eliminar a doença até 2035
Cenário: Dados preliminares de 2022 apontam que foram registrados 129,1 mil casos no país, uma redução de 8,1% em relação a 2021
Hanseníase
Meta: Interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminar a doença em 75% dos municípios, reduzir em 30% o número de novos casos
Cenário: Brasil teve 29.985 casos ativos registrados em 2022