A rinoplastia é um dos procedimentos mais realizados em cirurgia plástica, ocupando o sétimo lugar no ranking de procedimentos cirúrgicos no país. Além de alterações estéticas, a operação é indicada para corrigir obstrução ou desvio de septo, por exemplo. Aliás, é comum os pacientes aproveitarem o motivo de saúde para também alterar o tamanho, formato e harmonia do nariz. No entanto, sempre aparece aquele medinho de como vai ficar o resultado. Afinal, o nariz tem grande influência na harmonia da face.
Diante disso, surgiu a opção da rinomodelação, uma técnica menos invasiva para modificar o nariz sem a necessidade de bisturi. O procedimento é feito com a aplicação de preenchedores, como o ácido hialurônico. “A rinomodelação tem sido muito realizada por aqueles que ainda não se decidiram pela cirurgia”, explica o cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e chefe do departamento de rinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Embora o procedimento já exista há mais de 20 anos, ele se popularizou na última década, juntamente com outros preenchimentos faciais. “No início o procedimento era realizado com o poli metil metacrilato (PMMA), substância não absorvível que pode causar muitos problemas (necrose de pele, irregularidades sem solução) e, por isso, não ganhou popularidade.”, explica Farinazzo.
Como o ácido hialurônico é uma substância pouco alergênica, reabsorvida pelo organismo e que pode ter seu efeito revertido facilmente, há mais confiança e segurança entre profissionais e pacientes. Porém, essas mesmas características indicam um resultado temporário, com duração de até um ano e meio. Mas que pode servir como uma “prévia” para uma cirurgia definitiva.
Como é feito o procedimento
Após uma análise da face, o cirurgião plástico identifica os locais que podem ser melhorados e como essas alterações afetarão o aspecto geral. Em seguida, é aplicado um anestésico tópico para minimizar o incômodo e o ácido hialurônico é administrado com uma agulha nas regiões previamente definidas.
As regiões mais frequentes para aplicação são o dorso do nariz, para disfarçar a giba (“calombo no nariz”); a ponta, para melhorar a projeção; e as laterais, para corrigir assimetrias. A técnica é indicada para quem te assimetrias e imperfeições leves. “A melhor indicação para rinomodelação é para um nariz pequeno com a ponta levemente caída. O tratamento colabora para melhorar o aspecto da giba óssea (o rechaçado calombo) e pode ser usado, de forma comedida, para levantar a ponta do nariz. Entretanto, é necessário muito cuidado ao levantar a ponta do nariz com ácido hialurônico para não evidenciar muito a columela, que é a divisão entre as narinas”, alerta.
O procedimento dura, em média, uma hora e o paciente pode retornar às atividades logo após o tratamento. Após uma semana é necessário voltar ao consultório para avaliar se há necessidade de ajuste na aplicação. Apesar de bons resultados, a técnica é mais limitada, uma vez que não tem capacidade de correções na funcionalidade do nariz, além de seu efeito temporário.
“No procedimento cirúrgico da rinoplastia, podemos associar a questão estética com a funcional, corrigindo problemas de dificuldade de respiração por conta de hipertrofia de cornetos ou desvio de septo”, diz o cirurgião plástico. Por isso, a rinomodelação costuma ser uma “ponte” para a cirurgia definitiva. “Geralmente o paciente ‘ganha coragem’ de encarar uma mudança e avança um degrau com mais segurança.”, diz Farinazzo. Segundo o cirurgião plástico, a maioria dos pacientes são do sexo feminino e têm entre entre 25 e 45 anos.
Contraindicações
Como todo procedimento estético, há contraindicações. Pacientes com lesões de pele no local da aplicação, histórico de sensibilidade ao ácido hialurônico e que já tenham feito aplicação com PMMA no nariz não devem realizar o procedimento.
Vale ressaltar que a consulta com o cirurgião plástico é fundamental para esclarecer as dúvidas sobre o procedimento e verificar a indicação dessa ou de outras técnicas. Quando for realizar o procedimento, escolha um médico com expertise em estruturas faciais e que seja membro da SBCP. “É fundamental que o procedimento seja feito por um médico que saiba lidar com a área, que é repleta de estruturas nobres como nervos e vasos. É fundamental que o profissional tenha em seu consultório ou clínica a hialuronidase, enzima capaz de retirar o ácido hialurônico em caso de uma (rara) resposta indesejada no paciente”, completa o médico.