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Saúde mental de vítimas das enchentes no RS preocupa médicos

Com poucas unidades de saúde e ruas alagadas, telemedicina é opção para acolhimento psicológico. Crianças e idosos requerem atenção

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 13h54 - Publicado em 7 Maio 2024, 20h59
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  • Enchente em São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul
    Enchente em São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul (RBS/VEJA)

    Catástrofes naturais como as enchentes que ocorrem no Rio Grande do Sul, provocando destruição e morte, deixam cicatrizes profundas. Não só físicas, mas também emocionais. Durante os desafios e esforços para salvar vidas e amenizar os danos físicos, as pessoas não param para pensar, mas é fato que, mesmo após a recuperação física, tragédias como esta deixam traumas que podem afetar a saúde mental de forma persistente e até definitiva – e que já virou uma preocupação na comunidade médica.

    Por isso, especialistas recomendam reconhecer e endereçar essas pessoas a serviços que ofereçam um suporte psicológico e emocional como a telemedicina, que em situações como essa, se mostra uma excelente ferramenta de apoio para fornecer cuidados médicos e intervenções psicológicas e, assim, ajudar as pessoas a lidar com estas situações.

    “Esse é o momento que a gente precisa dar o suporte emocional para que as pessoas realmente não se deprimam”, alerta Fernanda Buonfiglio, membro da Sociedade Brasileira de Telemedicina e Telessaúde. Segundo a médica, é importante dar uma atenção especial a essas pessoas, principalmente a crianças e idosos. “Quem está ali, ajudando, resgatando, não sofre tanto quanto os que estão vendo tudo se perder. Sofrem, mas a ficha cai depois.”

    Trabalho em grupo

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    Nestes cenários de calamidades, crianças e idosos têm um papel de observação a partir do momento em que foram resgatados, por isso, tendem a deprimir com maior facilidade. Para essas faixas etárias, Bounfiglio recomenda que não sejam deixados sozinhos. “Pensando em saúde mental e em uma forma de amenizar os traumas, é bom que as crianças possam se reunir e brincar para tentar assimilar as coisas de forma mais lúdica. Já os idosos, que têm mais consciência e entendimento da situação, precisam ser ouvidos”, explica. Terapias em grupos, onde possam dividir suas angústias, inclusive por meio da telemedicina pode ajudar. “Ao dividir suas histórias tristes e de superação, cada um deles vai se alimentando de uma forma positiva. Isso é muito importante.”

    Acolhimento individual

    Mas como cada caso é um caso e as pessoas no Rio Grande do Sul foram afetadas de forma particular, valem as consultas individuais. “Cada paciente vai trazer algo em relação ao seus sinais e sintomas; e logicamente, o tratamento vai ser individualizado, se precisar entrar com algum medicamento ou algum tipo de terapia específico”, explica a médica.

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    Para essas pessoas, já está sendo oferecido um serviço solidário de teleatendimento gratuito no Rio Grande do Sul, com oito especialidades médicas: a healthtech VisionnIT, plataforma que conecta profissionais de saúde cadastrados à população que vive nas regiões atingidas por meio do aplicativo eProHealth, desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo.

    “O aplicativo não tem custo para a população. Estamos disponibilizando nossa plataforma de maneira gratuita para os atingidos pelas chuvas que não têm como se deslocar até um posto de saúde”, diz Jeangrei Emanoelli Veiga, professor da UPF e idealizador da tecnologia, que reúne mais de 700 profissionais de saúde nas áreas de Clínica Médica, Pediatria, Cardiologia, Endocrinologia e Metabologia, Psicologia, Nutrição, Enfermagem, além de terapeutas.

    É claro que para o acesso, é necessário energia e internet. Mas caso tenham, é altamente recomendado que as vítimas das enchentes procurem esse cuidado. “A telemedicina é uma vantagem pois terá o atendimento de um profissional de saúde na palma da mão em um momento em que as pessoas não têm nem como se locomover, onde as ruas estão alagadas e as poucas as unidades de saúde que funcionam estão super lotadas”, diz Fernanda, que ainda é diretora técnica de clínica médica da ViBe Saúde. “Poder acolher cada um na sua individualidade, respeitando a sua dor e suas crenças é o que vai trazer sucesso para um possível tratamento, tanto relacionado à saúde física, quanto à saúde mental”, finaliza.

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