Em um estudo publicado nesta sexta-feira 5, na revista Frontiers in Endocrinology, pesquisadores da Fiocruz Bahia descobriram que pacientes com pré-diabetes mellitus têm mais chances de desenvolver a forma mais grave da Covid-19. Ao analisar e comparar os biomarcadores sanguíneos de um grupo com pré-diabetes e outro sem pré-diabetes durante a fase mais crítica da infecção e três meses após a hospitalização, foi percebida uma associação entre os níveis da citocina interleucina-6 e o desenvolvimento de casos graves da doença.
Esse fator, associado com a redução da oxigenação no sangue, era elevado em 63% dos quadros de pré-diabetes. Através desta observação, os pesquisadores entenderam que altos níveis de IL-6 podem ser um fator relevante para o agravamento da Covid-19.
O estudo observou que os pacientes pré-diabéticos necessitaram de maior tempo de hospitalização, com uma média de 15 dias comparada à média de 8 dias dos pacientes sem pré-diabetes. Esses indivíduos com a condição também precisaram de cuidados intensivos, chegando a 78% dos casos, em comparação a 56% dos pacientes sem a comorbidade. Além disso, os pré-diabéticos também apresentaram maior grau de lesão pulmonar.
O estudo investigou ainda os impactos da doença em pacientes pré-diabéticos após três meses. Através do exame do nível de qualidade de vida e de sintomas residuais, não foram constatadas diferenças significativas nos parâmetros laboratoriais no período de três meses após a fase aguda da doença, nem grandes mudanças nos sintomas residuais entre pacientes com e sem pré-diabetes.