Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Poluição aumenta risco de câncer de mama, diz estudo inédito

Conclusão foi apresentada no Congresso Europeu de Medicina Oncológica (ESMO)

Por Diego Alejandro
24 out 2023, 10h54

O ar poluído que respiramos é cancerígeno. Isso é sabido desde 2013, quando a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classificou-o como um “grande problema de saúde pública”. Agora, cientistas descobriram que mulheres que moram e trabalham em ambientes com altos níveis de poluição atmosférica por partículas finas (PM2.5), que penetram profundamente no sistema respiratório e podem atingir os alvéolos pulmonares, têm maior risco de desenvolver câncer de mama, se comparadas com aquelas que respiram ares mais puros.

A conclusão é do primeiro estudo que analisa o impacto da poluição residencial e no local de trabalho sobre o câncer de mama. O trabalho científico, realizado pelo Departamento de Prevenção do Câncer e Meio Ambiente do Léon Bérard Comprehensive Cancer Centre, na França, sob a coordenação da médica Beatrice Fevers, foi apresentado nesta segunda-feira, 23, no Congresso Europeu de Medicina Oncológica (ESMO).

Os pesquisadores compararam a exposição à poluição residencial e no local de trabalho de 2.419 mulheres com o diagnóstico de câncer de mama e 2.984 mulheres sem o histórico da doença, entre 1990-2011. Os resultados mostraram que o risco de câncer de mama foi  28% maior em locais que apresentavam níveis mais elevados de partículas finas, maiores 10 μg/m3.

De acordo com as diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS), a concentração segura das partículas no ar deve ser igual ou inferior à 5 μg/m3. Mulheres expostas a partículas maiores apresentaram riscos menores à doença.

Como causa o câncer?

Segundo o médico oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or, o risco de câncer é maior em locais mais poluídos porque as micropartículas penetram profundamente nos pulmões, alcançam a corrente sanguínea e podem ser absorvidas por tecidos como os das mamas.  

Continua após a publicidade

Estudos prévios já haviam demonstrado mudanças na arquitetura da mama atribuíveis à poluição. “Ainda é preciso estudar se esses poluentes permitem que células do tecido mamário, já predispostas a mutações carcinogêneas, se expandam promovendo o crescimento tumoral ou se causam um processo inflamatório crônico”, explica o médico.

O especialista admite que até hoje os cientistas desconhecem o mecanismo que leva esses micropoluentes e micropartículas de plástico a provocar vários tipos de câncer. Com as crescentes evidências epidemiológicas e biológicas dessa ligação das nanopartículas como promotoras da doença, porém, há fortes evidências clínicas para reduzir a poluição e, consequentemente, a incidência do câncer. “Somando-se os cânceres de  mama e pulmão estamos falando de 4 milhões de casos ao ano no mundo com a tendência de crescimento populacional e de industrialização, em especial, nos países em desenvolvimento”, conclui Amorim.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.