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OMS recomenda vacinas contra malária e dengue diante de onda de mosquitos

Entidade fez alerta sobre risco das doenças principalmente para crianças; Qdenga foi aprovada para uso no Brasil em março

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 out 2023, 19h47
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  • Diante do aumento das doenças transmitidas por mosquitos em diferentes partes do mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira, 2, um comunicado recomendando a nova vacina contra malária e que países com quadros endêmicos de dengue façam a aplicação da vacina Qdenga, principalmente em crianças e adolescentes.

    A orientação foi dada após o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aprovar a deliberação da reunião do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e Grupo Consultivo para Políticas sobre a Malária (MPAG) realizada no fim do mês passado.

    Para prevenir malária em crianças, a entidade indicou a vacina R21/Matrix-M, segundo imunizante contra a doença a receber a chancela da OMS – a primeira foi a RTS,S/AS01 em 2021 -. Transmitida pelo mosquito Anopheles, a malária mata cerca de 500 mil crianças por ano no continente africano.

    “A procura da vacina RTS,S excede a oferta em larga escala, de modo que esta segunda vacina é uma ferramenta adicional vital para proteger rapidamente mais crianças e nos deixar mais próximos da nossa visão de um futuro livre de malária”, declarou, em nota, Ghebreyesus.

    Segundo a entidade, 28 países da África planejam adotar o novo imunizante e a previsão é de que a vacina esteja disponível no próximo ano.

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    Sobre a dengue, a OMS destacou que a doença causa um “fardo significativo para a saúde pública em países endêmicos” e que os casos devem continuar aumentando por efeito tanto das urbanização desordenada quanto das mudanças climáticas. Diante desse quadro, orientou que seja realizada a introdução da vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos. Devem ser realizadas campanhas sobre a importância da imunização um a dois anos antes do pico de incidência de hospitalizações pela doença. O esquema é com duas doses com intervalo de três meses entre elas.

    A vacina foi liberada em março no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a população de 4 a 60 anos para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus, mas, até o momento, só está disponível em clínicas privadas.

    No fim de agosto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendou o imunizante para a população pediátrica por sua eficácia de 80% contra a doença e 90% para evitar formas graves da dengue. O imunizante protege contra os quatro sorotipos do vírus (1, 2, 3 e 4).

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    A vacina não tem previsão de ser incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, pois ainda precisa passar pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

    Uma versão nacional é desenvolvida pelo Instituto Butantan, a Butantan-DV, e demonstrou eficácia de 79,6% para impedir manifestações graves da doença em testes de fase 3. No entanto, os estudos ainda estão em andamento e devem continuar até 2024.

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