Uma pesquisa da Universidade Britânica Columbia (UBC), publicada nesta quinta-feira, 7, no JAMA Ophthalmology, descobriu que usuários regulares de medicamentos comuns para disfunção erétil como Viagra, Cialis, Levitra e Stendra, tem 85% mais risco de desenvolver uma dessas três doenças oculares graves: descolamento de retina, um descolamento da membrana neurossensorial do epitélio pigmentado, podendo provocar perda de visão e cegueira; oclusão vascular da retina, quando a veia da membrana é obstruída por um trombo formando coágulos de sangue nas veias ou artérias; e neuropatia óptica isquêmica, uma lesão do nervo óptico devido a uma obstrução do suprimento de sangue.
“Estas são condições raras, e o risco de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário individual. No entanto, o grande número de prescrições dispensadas a cada mês nos Estados Unidos – cerca de 20 milhões – significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado”. diz Mahyar Etminan, professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da faculdade de medicina da UBC. “Usuários regulares dessas drogas que encontram alguma alteração em sua visão devem levar a sério e procurar atendimento médico”, completa
Os pesquisadores descobriram a ligação após analisar os registros de pedidos de seguro de saúde de 213.000 homens nos EUA, que não tiveram nenhum desses problemas oculares no ano anterior até se tornarem usuários regulares de medicamentos para disfunção erétil. Após contabilizar estatisticamente outras condições, como hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana, que são conhecidas por estarem associadas a problemas oculares, eles descobriram que o risco aumentado é de 2,5 vezes para descolamento de retina, 1,4 vezes para oclusão vascular da retina e 2,2 vezes para neuropatia óptica isquêmica, se comparados aos não usuários.
O estudo mostra a associação estatística entre as condições oculares e o uso de Viagra, Cialis, Levitra ou Stendra, mas não prova que as drogas causam essas condições. Esses remédios, no entanto, funcionam de uma maneira que sugere algumas explicações possíveis. “Os medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o fluxo sanguíneo, mas sabemos que eles também podem dificultar o fluxo sanguíneo em outras partes do corpo”, afirma Etminan. “É um mecanismo pelo qual esses fármacos podem levar a esses problemas. A totalidade das evidências aponta para uma forte ligação”, alerta.