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O que as temperaturas extremas têm a ver com o seu coração?

Estudo aponta que o risco de morte de um paciente com doença cardíaca aumenta em dias muito quentes ou dias muito frios

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 dez 2022, 14h29 - Publicado em 19 dez 2022, 13h02
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    CORAÇÃO: pessoas com insuficiência cardíaca têm mais probabilidade de serem afetadas negativamente pelas mudanças climáticas (Ilustração: VEJA/VEJA)

    A exposição a temperaturas extremamente quentes ou frias aumenta o risco de morte de um paciente com doença cardíaca. Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista Circulation, da American Heart Association. A análise global de mortes cardiovasculares mostrou mais óbitos nos dias em que as temperaturas estavam mais altas ou mais baixas em comparação com dias de clima moderado.

    “Isso ressalta a necessidade urgente de desenvolver medidas que ajudem nossa sociedade a mitigar o impacto das mudanças climáticas nas doenças cardiovasculares”, disse Haitham Khraishah, pesquisador de doenças cardiovasculares da Escola de Medicina da Universidade de Maryland (UMSOM) e do Centro Médico da Universidade de Maryland (UMMC), nos Estados Unidos.

    A pesquisa mostra ainda que as pessoas com insuficiência cardíaca tiveram maior probabilidade de serem afetadas negativamente, com um risco 12% maior de morrer em dias de calor extremo e 37% em dias de frio extremo. “Embora não saibamos o motivo pelo qual os efeitos da temperatura foram mais pronunciados em pacientes com insuficiência cardíaca, pode ser devido à natureza progressiva da doença”, disse Khraishah. “Uma em cada quatro pessoas com insuficiência cardíaca é readmitida no hospital dentro de 30 dias após a alta, e apenas 20% desses pacientes sobrevivem 10 anos após o diagnóstico”, completou.

    As descobertas foram baseadas em uma análise de dados de saúde de mais de 32 milhões de mortes cardiovasculares que ocorreram em 567 cidades, 27 países e 5 continentes entre 1979 e 2019. A definição de clima extremo variava de cidade para cidade. Para cada 1.000 mortes cardiovasculares, os pesquisadores descobriram que dias extremamente quentes (acima de 86° F ou 30° C) foram responsáveis por 2,2 mortes adicionais e dias extremamente frios (abaixo de 20° F ou -6° C) foram responsáveis por 9,1 mortes adicionais.

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    Verificou-se também que a mudança climática causa extremos em ambas as extremidades do planeta, com verões mais quentes e invernos mais frios. Um estudo de 2021 publicado na revista Science descobriu que o aquecimento do Ártico causou uma mudança de ventos que levaram a uma interrupção do vórtice polar e causaram períodos de frio extremo no hemisfério norte. “Este estudo fornece uma ligação indiscutível entre temperaturas extremas e mortalidade por doenças cardíacas de um dos maiores conjuntos de dados multinacionais já reunidos”, disse Mark T. Gladwin, vice-presidente de Assuntos Médicos da Universidade de Maryland. “Os dados analisados mostram ainda mais sobre o papel das disparidades de saúde e predisposições genéticas que tornam algumas populações mais vulneráveis às mudanças climáticas”.

    De acordo com Khraishah, essas questões serão abordadas em pesquisas futuras. Neste estudo, os pesquisadores levaram em conta a umidade e os poluentes atmosféricos, que poderiam ser responsáveis pelo excesso de mortes em locais de temperaturas extremas. Eles também controlaram o efeito retardado da temperatura na saúde humana (efeito lag) e a zona climática. “Este documento histórico é um apelo para ver a mudança climática como uma preocupação crescente de saúde pública e destaca a necessidade de investigá-la como uma causa potencial de problemas de saúde”, afirmou Stephen N. Davis, presidente do Departamento de Medicina da U. MSOM e Médico-Chefe da UMMC.

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