A Organização Mundial da Saúde anunciou o registro de mais uma sublinhagem da ômicron, uma das variantes do coronavírus que causa a Covid-19. Trata-se da XE, uma versão híbrida formada pela união de outras duas subvariantes da ômicron, a BA.1 e a BA.2. De acordo com a OMS, a XE é dez vezes mais transmissível do que a BA.2.
Mesmo assim, a sublinhagem, identificada pela primeira vez em janeiro de 2022 no Reino Unido, não está causando aumento no número de casos, internações ou mortes. Até agora, foram registrados 637 casos nos países que compõem o Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales).
Fenômeno semelhante ocorre desde a detecção da ômicron, em novembro do ano passado, na África do Sul. Rapidamente incluída na lista das variantes de preocupação da OMS, a ômicron espalhou-se pelo mundo, causou picos de casos mas não elevou o total de hospitalizações e mortes de forma correspondente.
Agora, as sublinhagens da cepa — BA.1, BA.2 e a XE — , todas mais transmissíveis em relação à variante original, também não fazem crescer os casos e muito menos os de maior gravidade.
Mistério da Covid-19
Os especialistas investigam as razões para a manutenção dos índices de casos, internações e óbitos provocados pela cepa e suas subvariantes apesar de suas altas taxas de infecção. A hipótese mais provável é que isso ocorre por uma combinação de fatores: elas são menos letais porque a evolução natural dos vírus os leva a este momento — disseminam-se mais, porém não matam os hospedeiros para permanecer reproduzindo seu material genético —, boa parte das pessoas está imunizada pelas vacinas e pelo contato com o vírus e hoje se fazem menos testes do que até há pouco tempo.
Contudo, todas as variantes continuam sob monitoramento e pesquisa. O SARS-CoV-2 já impôs muitos desafios ao longo dos dois anos de pandemia e a ciência sabe que o micro-organismo pode ser capaz de apresentar ainda mais mistérios a serem esclarecidos.