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Novo teste de qualidade reprova onze marcas de azeite

Entre os 29 rótulos analisados, seis marcas foram desclassificadas pela adição de outros óleos vegetais e não podem ser consideradas azeite

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h04 - Publicado em 18 dez 2017, 20h04
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  • Em teste de qualidade realizado pela Proteste, onze marcas de azeite extravirgem foram reprovadas por fraude contra o consumidor, ou classificação diferente da indicada no rótulo. Dos 29 produtos testados, cinco foram eliminados e outros quatro não são indicados para compra. A Proteste pediu apuração do caso ao Ministério Público.

    Em cinco marcas analisadas – Malaguenza, Lisboa (reincidente) , Borgel, Do Chefe e Tradição Brasileira (reincidente) –, a análise em laboratório comprovou adulteração do produto, com adição de outros óleos vegetais, o que não é permitido por lei. Isso significa que esses azeites não tinham apenas a gordura proveniente da azeitona – o que os classifica como extravirgens – e coloca em risco uma das propriedades primordiais do azeite: favorecer a saúde.

    Nas outras seis marcas – Tordesilhas, Broto Legal, Serrata (reincidente), Mondegão, Beirão (reincidente) e La Española (reincidente) –, embora tragam a palavra extravirgem na embalagem, a análise sensorial apontou que eles eram apenas virgens. Isso significa que, na hora da compra, você paga mais caro por um extravirgem, mas leva um produto diferente para casa.

    Os mais bem avaliados

    Os produtos mais bem avaliados no novo teste, segundo a Proteste, foram as marcas O-Live e Filippo Berio, atingindo nota 96 na avaliação global. Os produtos Cocinero e Carrefour Discount foram identificados como os melhores resultados para o binômio qualidade/preço.

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    Entre os azeites citados, quatro são envasados no Brasil: Lisboa, Malaguenza, Tordesilhas e Tradição Brasileira. Os demais produtos são envasados no país de origem. A marca Do Chefe não fornece informações sobre o envasilhador. A Proteste ressalta que todos os fabricantes receberam os resultados dos testes, assim como a metodologia aplicada.

    As 29 marcas analisadas foram: Allegro, Andorinha, Beirão, Borgel, Borges, Broto Legal, Carbonell, Cardeal, Carrefour, Cocineiro, Do Chefe, Filippo Berio, Gallo, La Española, La Violetera, Lisboa, Malaguenza, Maria, Mondegão, Olitália, O-live, Qualitá, Selmi Renata, Serrata, TAEQ, Terrano, Tordesilhas, Tradição Brasileira e Vila Flor.

    O que dizem as marcas

    Em posicionamento enviado a VEJA por e-mail, a Bunge, responsável pelo azeite La Española, afirmou que “os parâmetros iniciais do lote avaliado 29516 estavam dentro do determinado pela legislação no momento de sua classificação pelos órgãos reguladores. Ocorre, entretanto, que tais parâmetros podem ser alterados em decorrência de condições inadequadas de armazenamento até chegar às mãos do consumidor. Por essa razão, novas análises estão sendo providenciadas. A Bunge esclarece também que esse resultado confirma que o produto não estava contaminado e/ou impróprio para consumo, nem foi considerado fraudado. A Bunge lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a qualidade e a transparência com os seus consumidores.”

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    Sobre o Serrata, a Companhia Brasileira de Distribuição, responsável pela importação do produto, “esclarece que o fornecedor cumpre com as especificações legais e de qualidade para a comprovação da pureza do produto, de acordo com a resolução normativa número 1 de 30 de janeiro de 2012, firmada pelo Ministério da Agricultura, e que nas análises realizadas pelos órgãos regularizadores oficiais não foi encontrada nenhuma irregularidade sobre essa questão ou ainda que impeça o seu consumo – a exemplo do teste realizado em novembro deste ano https://www.agricultura.gov.br/noticias/autuadas-84-empresas-por-indicios-de-fraude-no-azeite-vendido-no-pais .A empresa permanece aguardando o relatório da Proteste para analisar o conteúdo.”

    A Mathias Export, responsável pelo azeite Mondegão, informou que exporta o produto para o Brasil a mais de 60 anos e esta situação nunca havia acontecido. Eles afirmaram ainda que “a amostra de azeite que foi inspeccionada foi devidamente analisada pelo Instituto Superior de Agronomia e pela Associação dos Agricultores do Ribatejo, ambos Laboratórios reconhecidos pelo COI, e quando procedemos ao embalamento, este apresentava características de Azeite Virgem Extra (anexo a analise sensorial). A nível químico, a amostra está dentro dos parâmetros para azeite virgem extra, estando os valores situados bem dentro dos limites, máximos ou mínimos. A nível sensorial, segundo a Proteste, apresenta-se apenas como azeite Virgem, situação que muitos nos admira dados a totalidade dos resultados da analise química. Como sabemos, o azeite é muito sensível às diferenças climatéricas e à exposição à luz. Se o azeite não esteve devidamente armazenado ou até o facto de estar alguns meses exposto na prateleira do supermercado, estes condicionantes podem alterar a qualidade do azeite a nível sensorial. Já passaram 14 meses desde a saída do azeite das nossas instalações e não sabemos ao longo destes meses como é que o azeite foi armazenado, no entanto, a nossa empresa continua e continuará a envidar todo o seu esforço no sentido de servirmos os nossos clientes com um produto de qualidade.”

    Sobre o azeite Lisboa, a Natural Alimentos afirmou que o lote mencionado no teste da Proteste não está mais nos supermercados deste setembro de 2016. “A empresa o retirou das prateleiras por distorções de qualidade nos produtos importados e por isso também não comercializa mais desde o início desse ano. Atualmente são envasados pela Natural Alimentos óleos mistos e temperos a base de azeite de oliva saborizados, estritamente, adequados à legislação brasileira e, portanto, com produtos de qualidade e procedência autênticas.[…] A empresa cumpre restritamente a legislação brasileira em todos os aspectos em que atua.”

    O fabricante do azeite Tradição Brasileira ressaltou que “o produto atende todos os requisitos do MAPA (Órgão Estatal Fiscalizador) e que a Proteste não possui competência legal e técnica (laudo genérico) de fiscalização a ensejar a presente e infundada matéria. Destacou, ainda, que trata-se de um produto recém lançado no mercado e que, portanto, não participou de antigas avaliações, conforme afirmado pela Associação”.

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    Representantes das marcas Malaguenza, Do Chefe, Tordesilhas e Broto Legal não foram localizados pela reportagem até a tarde desta segunda-feira. As demais marcas foram procuradas, mas ainda não se manifestaram.

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