Em reunião realizada nesta terça-feira 26, o comitê consultivo da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, votou a favor da recomendação para o uso da vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Foram dezessete votos a favor da dose pediátrica, e apenas uma abstenção.
Durante um longo debate, alguns membros do comitê questionaram se todas as crianças na faixa etária realmente precisavam do imunizante ou se deveria ser limitado àquelas com alto risco de desenvolver a doença grave. Peter Marks, chefe da divisão da agência que supervisiona as aprovações de vacinas, argumentou que a Covid-19 é atualmente uma das dez principais causas de morte entre crianças de 5 a 11 anos. Quase dois milhões nessa faixa etária foram infectadas e 8.300 foram hospitalizadas no país, sendo que um terço precisou de cuidados intensivos. Após ouvirem esses argumentos, os especialistas aprovaram a aplicação de um terço da dosagem administrada a pessoas com 12 anos ou mais, em duas injeções, com três semanas de intervalo.
As recomendações do comitê sobre a autorização de vacinas não são vinculativas, mas normalmente, a F.D.A. as seguem alguns dias após a votação. Caso a agência autorize a vacina, as doses já poderão ser oferecidas na próxima semana a cerca de 28 milhões de crianças. Apenas os mais novos, com menos de 5 anos, permanecem descobertos. Autoridades federais esperam que a dose pediátrica possa ajudar a preencher uma grande lacuna na campanha de vacinação dos Estados Unidos, que preocupa pais, educadores e gestores de saúde pública.
Uma reunião de especialistas do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) com a diretora Rochelle Walensky já está marcada no dia 2 de novembro, para recomendações sobre como usar o imunizante. De acordo com Fiona Havers, especialista em doenças virais do C.D.C., crianças de 5 a 11 anos representam 10,6% de todos os casos. “Claramente, ainda há muitas crianças suscetíveis por aí que são vulneráveis a doenças graves”, declarou.