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Mutação tornou coronavírus mais infeccioso, diz estudo

Pesquisadores da Flórida acreditam que uma alteração na proteína spike facilita a infecção de células humanas

Por Da redação
Atualizado em 13 jun 2020, 15h42 - Publicado em 13 jun 2020, 15h29
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  • Pesquisadores da Flórida acreditam ter encontrado uma mutação que facilita a entrada do novo coronavírus nas células humanas. Segundo os cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, a mutação afeta a proteína spike, estrutura na parte externa do vírus usada para entrar nas células. Se as descobertas se confirmarem – o estudo ainda precisa ser analisado por pares -, a alteração poderia explicar por que o vírus causou tantas infecções nos Estados Unidos e na América Latina, segundo informações da rede CNN.

    “Os vírus com essa mutação eram muito mais infecciosos do que aqueles sem a mutação no sistema de cultura de células que usamos”, afirmou o virologista da Scripps Research, Hyeryun Choe, que ajudou a liderar a análise.

    Uma possível mutação do novo coronavírus é um assunto discutido praticamente desde o início da pandemia, sobre o qual pesquisadores ainda não chegaram a um consenso. Os vírus estão em constante mutação, mas não são todas que causam uma alteração significativa em seu comportamento. Por isso, a discussão é que um grupo acredita que essa variação do coronavírus se espalhou amplamente por acaso, enquanto outro diz que a mutação deu algum tipo de vantagem biológica ao vírus.

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    Se os resultados dos pesquisadores da Flórida forem confirmados, será a primeira vez que alguém consegue demonstrar que as alterações observadas no vírus de fato impactaram a pandemia. Trata-se da mutação D614G, que já foi descrita por um grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional Los Alamos, ligado à Universidade da Califórnia, nos EUA, em abril, como “uma preocupação urgente” porque se tornou a cepa mais comum na Europa e nos EUA.

    Agora, o grupo da Flórida parece ter conseguido provar essa teoria. De acordo com seus experimentos, a mutação em questão deu ao coronavírus muito mais spikes – ou picos. Além de torná-los mais estáveis, isso facilita sua entrada na célula, já que são esses picos que ele utiliza para se conectar ao receptor ECA2 e entrar nas células.

    Embora o estudo ainda não tenha sido oficialmente revisado por pares, os pesquisadores enviaram o trabalho a William Haseltine, um virologista, empresário de biotecnologia e presidente da Access Health International, que não participou do estudo. Segundo Haseltine, em entrevista à CNN, a pesquisa de fato conseguiu mostrar com três experimentos diferentes que não foi apenas um acidente que fez com que o vírus com a mutação D614G se espalhasse mais facilmente.

    A maioria dos pesquisadores esperava que o coronavírus não fosse tão propenso a mutações quanto outros vírus de RNA, como o influenza, conhecido por suas constantes mutações. “Isso significa que temos que estar alertas para mudanças constantes. Esse vírus vai responder a tudo o que fazemos para controlá-lo. Fabricamos uma droga, ele resiste a isso. Fabricamos uma vacina, ele tenta contorná-la. Ficamos em casa, ele vai descobrir como sobreviver por mais tempo”, disse Haseltine à CNN.

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