O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira, 17, que monitora 47 casos suspeitos da hepatite fulminante de origem desconhecida em crianças. Até o momento, nenhuma notificação foi confirmada e quatro registros foram descartados. A doença, que tem sido investigada em países da Europa e nos Estados Unidos, pode ter relação com o subtipo 41 do adenovírus, mas a causa ainda não foi descoberta.
Até a última sexta-feira, 13, 29 casos eram investigados em oito estados. Agora, 11 estados monitoram episódios. São 14 em São Paulo, 7 em Minas Gerais, 6 no Rio de Janeiro, 4 em Mato Grosso do Sul, 4 no Rio Grande do Sul e 4 em Santa Catarina. As demais notificações foram feitas por Pernambuco (2), Paraná (2), Espírito Santo (1), Goiás (1) e Maranhão (1).
Para analisar os casos, a pasta instalou uma Sala de Situação que conta com a participação de especialistas do ministério e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Segundo o ministério, os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (Renaveh) estão monitorando alterações do perfil epidemiológico e a detecção de casos suspeitos da doença. A orientação da pasta é que qualquer suspeita deve ser notificada imediatamente pelos profissionais de saúde.
Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. Segundo balanço divulgado pela OMS, há 348 registros da hepatite misteriosa, 70 notificações em investigação e uma morte no mundo. Em levantamento do dia 25 de abril, foram reportados 17 casos de crianças que precisaram fazer transplante de fígado.
A entidade investiga a relação dos casos com o adenovírus, que causa doenças gastrintestinais e respiratórias. Há suspeitas de que o subtipo 41, que provoca gastrenterites (inflamação gastrintestinal), seja o causador da moléstia, mas a OMS apura ainda se a Covid-19, substâncias tóxicas, medicamentos e agentes ambientais têm ligação com o problema.
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).