Médicos anunciam novo caso de “cura” da Aids
Paciente encontra-se há dezessete meses sem vírus detectável mesmo sem tomar remédios e é o quarto a apresentar a condição
Médicos americanos anunciaram mais um paciente que se mantém sem qualquer traço de HIV, vírus da Aids, dentro do organismo mesmo sem tomar os medicamentos retrovirais. O homem, de 66 anos, foi tratado no serviço de saúde de Duarte, na Califórnia, nos Estados Unidos. Ele é a pessoa mais velha e o quarto no mundo a apresentar a condição.
Embora a notícia tenha sido anunciada como o quarto caso de cura de Aids, o termo mais adequado para descrever o estado atual do paciente é o de que ele está em “remissão sustentada do HIV sem antiretrovirais”. A cautela no uso da palavra “cura” é importante. O termo só pode ser aplicado quando houver tempo e recursos de pesquisas suficientes para comprovar a eliminação total da presença do vírus no organismo. O paciente americano está somente há dezessete meses com carga viral indetectável.
A estratégia usada com ele foi a mesma adotada nos outros três indivíduos em situação semelhante. Todos foram submetidos a um transplante de medula (órgão que produz as células sanguíneas) porque, além da Aids, desenvolveram tumores hematológicos como leucemia e linfoma. Os doadores apresentavam uma mutação genética que os torna resistentes à infecção pelo HIV. Uma vez infundidas as novas células, que não permitem a entrada do vírus nas células, o organismo do receptor fica igualmente resistente à replicação viral.
A técnica não pode ser aplicada em larga escala. Além do alto custo, também impõe riscos importantes. Entre eles, graves consequências que podem decorrer da suspensão dos antirretrovirais.