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Medicamento reduz em 56% o risco de fratura por osteoporose

Um estudo inédito mostrou que o a teriparatida é mais eficaz que o risedronato ao reduzir o risco de novas fraturas em pacientes com osteoporose grave

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 18h24 - Publicado em 24 nov 2017, 18h08
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  • Um novo estudo mostrou que a teriparatida, medicamento que atua no mecanismo de formação do osso, reduz em mais da metade o risco de fraturas vertebrais em mulheres com osteoporose grave. A pesquisa inédita publicada recentemente no periódico científico The Lancet comparou, pela primeira vez, a eficácia da teriparatida com a do risedronato na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose grave na pós-menopausa.

    A teriparatida é o único medicamento contra a osteoporose que atua na produção de osteoblasto, célula responsável pela formação do osso. Já o risedronato faz parte da classe dos bifosfonatos e atua no combate à ação do osteoclasto, célula que atua na degradação da estrutura óssea.

    Estudo

    No estudo, que foi realizado com pacientes de mais de 14 países, incluindo o Brasil, 1.360 mulheres, com mais de 45 anos e osteoporose grave (que já apresentavam fratura óssea) na pós-menopausa, foram dividas em dois grupos: o primeiro recebeu injeções diárias de teriparatida e o segundo, um comprimido de risedronato por dia, ao longo de dois anos.

    A superioridade da eficácia da teriparatida já foi observada nos primeiros 12 meses de tratamento, com uma queda de 48% na incidência de fraturas vertebrais, o tipo mais comum em pacientes com osteoporose. Após 24 meses, essa taxa subiu para 56%. Houve também uma diminuição de 54% na incidência de fraturas vertebrais novas e agravadas, e redução em 52% na incidência de fraturas clínicas (quando há dor).

    “Esses resultados são importantes porque uma fratura por fragilidade aumenta em oito vezes o risco de uma segunda fratura e agora os médicos sabem que há uma opção eficaz para reduzir essa probabilidade”, diz Cristiano Zerbini, reumatologista do hospital Sírio Libanês, diretor do Centro Paulista de Investigação Clínica e coautor do estudo.

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    Entre as participantes do estudo, cerca de 70% já haviam sido tratadas com pelo menos uma medicação da classe dos bifosfonatos e 10% tinham feito tratamento com cortisona – anti-inflamatório que pode induzir à osteoporose. “Pela primeira vez, um estudo randomizado mostra evidências da superioridade de um agente formador de osso, sobre uma medicação antirreabsortiva. A teriparatida foi bem superior ao risedronato inclusive em pacientes com risco aumentado e já submetidas a tratamento prévio com bifosfonatos. “, afirma Zerbini.

    Estrutura óssea

    Os ossos são tecidos vivos que atingem seu pico de desenvolvimento por volta dos 20 anos. “Nós fazemos o nosso esqueleto até os 30 anos, mas mais de 90% dele é formado até os 20. Dos 30 aos 45 anos, inicia-se o processo de desgaste, mas nessa fase, tudo o que é tirado é reposto. A partir dos 45 anos, incia-se a perda da massa óssea, que gira em torno de 0,5% ao ano.”, explica o médico.

    Portanto, o processo de desgaste ósseo é natural. O problema é que, nas mulheres, a perda de estrogênio característica da menopausa acelera bruscamente esse processo. “O estrógeno é um grande defensor do esqueleto e na menopausa a mulher perde essa proteção. Isso significa que após a menopausa, algumas podem perder entre 3% e 4% de massa óssea ao ano”, afirma o reumatologista.

    Osteoporose

    Se a perda de massa óssea em qualquer lugar do corpo atingir 25% esse lugar estará osteoporoso, ou seja, sujeito à fratura. O problema é que a fase inicial da doença é assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce.A úncia forma de avaliar é através da sensitometria óssea, exame que avalia a densidade óssea corporal.

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    Os primeiros sinais de que há algo errado aparecem somente em estágio mais avançado e os mais comuns são: dores nas costas, ombros caídos, abdômen saliente, entre outros. Portanto, a recomendação é de que haja uma avaliação rápida com a realização de exames e adequação de mudanças de hábitos para melhorar a qualidade de vida, evitando as temidas fraturas.

    Embora o desgaste ósseo não possa ser interrompido completamente, algumas medidas contribuem para retardar esse processo e prevenir fraturas. São elas: ingestão adequada de cálcio na dieta (leite e seus derivados são a principal fonte do nutriente), tomar pelo menos 15 minutos de sol diariamente para ativação da vitamina D (responsável pela fixação do cálcio nos ossos), realização atividade física (músculos fortes protegem o osso contra fraturas), e evitar fumar e excesso de bebida alcoólica.

    No Brasil, a osteoporose afeta cerca de 10 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a Fundação Internacional contra a Osteoporose (IOF, na sigla em inglês), um terço das mulheres e um quinto dos homens acima dos 50 anos apresentarão fratura relacionada à osteoporose. Dados da entidade também revelam que a fratura de quadril, considerada a mais séria, causa a morte de cerca de um quinto dos pacientes, no primeiro ano após o incidente.

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