O governador de São Paulo, João Doria, afirmou, nesta quarta-feira, 9, que o estado vai adotar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 “independentemente de haver, ou não, recomendação do Ministério da Saúde”.
Segundo ele, conforme o estado avançar na vacinação da segunda dose e na terceira de reforço, vai começar a aplicar a quarta dose seguindo uma ordem de faixa etária. “Sim, vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, disse, em entrevista à rádio Eldorado, de São Paulo. “Não é de hoje que o Ministério da Saúde se contrapõe à vacina.
E não é ao governo de São Paulo, mas sim à ciência, à medicina e à vida. Se não fossem os governos estaduais, municipais e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o desastre do Brasil seria muito pior”, afirmou o governador, em entrevista coletiva, no Palácio dos Bandeirantes.
Jean Gorinchteyn, Secretário estadual da Saúde, explicou que a administração de uma quarta dose é baseada em estudos científicos. “É o que chamamos de boosters, doses adicionais que servem para manter o nível de anticorpos”.
Questionados sobre quando o governo pretende aplicar a quarta dose, informaram que não tem uma data definida. “Essa necessidade da quarta dose já é bastante reconhecida. O que precisamos estabelecer é exatamente quando, algo que está sendo avaliado pelo comitê científico.
Estamos dando prioridade para a vacinação completa e avançando nas doses de reforço. Portanto, não diria que a quarta dose vá começar imediatamente, mas está sim em nossa perspectiva”, explicou Paulo Menezes, coordenador-executivo do Comitê Científico para a Covid-19 do governo de São Paulo.
Ainda sobre a pandemia, Doria informou que as internações estão em queda no estado pelo oitavo dia consecutivo, após dois meses de crescimento, graças ao avanço da vacinação. “Com mais de 80% pessoas vacinadas com duas doses, a evolução da vacinação teve efeito direto nesse recuo das hospitalizações.
Outra boa notícia é que 52% das crianças estão imunizadas com a primeira dose”, disse Doria. “Isso significa 18% de recuo nas internações nas enfermarias e 11% de queda nas Unidades de Terapia Intensiva. Uma queda significativa, mas estamos atentos para fazer esse controle, não só da variante ômicron, mas de qualquer outra variante que venha a aparecer”, completou Gorinchteyn.
Regiane de Paula, coordenadora do plano estadual de imunização (PEI), aproveitou para reiterar a importância da imunização contra a doença. “A vacinação é a grande responsável pelo por evitar o desenvolvimento de doença grave e óbitos, então levem seus filhos para vacinar e retornem aos postos para completar seu esquema vacinal. De novembro para cá, conseguimos avançar em 50% dos faltosos”, afirmou.