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Índice de depressão dispara nos Estados Unidos após um ano de pandemia

Fatores causadores de estresse como morte de ente querido, perda de emprego, renda baixa e solidão influenciaram no agravamento dos sintomas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2021, 16h12
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  • Depressão
    Pessoas de renda mais baixa foram as que mais sofreram os impactos negativos causados pela doença (Thinkstock/Thinkstock)

    Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BUSPH), publicado na revista The Lancet Regional Health – Américas, apresentou dados alarmantes sobre a saúde mental nos Estados Unidos: 32,8% dos adultos expressaram sintomas depressivos elevados em 2021, índice mais elevado do que os 27,8% registrados nos primeiros meses de 2020 e do que os 8,5% verificados antes da crise sanitária. Ou seja, a depressão aumentou muito entre os americanos durante o primeiro ano após o surgimento do novo coronavírus.

    Segundo o levantamento, pessoas com a renda mais baixa são as que mais sofreram os impactos negativos da pandemia. Os solteiros, de acordo com a pesquisa, também aparecem como um grupo relevante entre os prejudicados. “Desta vez, os sintomas não seguem os padrões pós-traumáticos como os causados pelo furacão Ike e o surto de Ebola”, diz Sandro Galea, um dos autores do estudo e professor da BUSPH. “Normalmente, esperaríamos que a depressão atingisse o pico após o evento traumático para, em seguida, diminuir com o tempo. Em vez disso, descobrimos que 12 meses após o início da pandemia do novo coronavírus, os níveis de depressão permaneceram altos.”

    O estudo é o primeiro a examinar a fundo a mudança na prevalência de depressão antes e durante o período pandêmico, utilizando o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ 9), principal ferramenta de rastreamento de depressão auto-administrada usada no país. Para o levantamento, foram usados dados de 5.065 voluntários da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição 2017-2018 (NHANES), além de entrevistados das duas pesquisas de Impacto do Estresse na Vida, Saúde Mental e Bem-Estar (CLIMB). A primeira foi feita com 1.441 pessoas entre 31 de março e 13 de abril de 2020, quando a maioria da população recebia conselhos para ficar em casa. A segunda foi realizada um ano depois, de 23 de março a 19 de abril de 2021, com 1.161 participantes do mesmo grupo. Ambas as pesquisas usaram o PHQ 9 para avaliar os sintomas de depressão, levando em conta os fatores causadores de estresse relacionados à Covid-19 como a perda de emprego, a falta de creches, a morte de um ente querido pela doença, os problemas financeiros e a solidão.

    As respostas sugeriram que a depressão se intensificou ao longo do período e afetou desproporcionalmente os adultos com renda mais baixa. As pessoas que ganharam menos de US$ 20 mil anuais durante a primavera em 2020 tiveram 2,3 vezes mais probabilidade de apresentar sintomas depressivos elevados em comparação às que ganharam US$ 75 mil ou mais.  Na primavera de 2021, os adultos de baixa renda tinham sete vezes mais risco de desenvolver esses sintomas. “A prevalência sustentada e crescente de sintomas depressivos elevados sugere que o fardo da pandemia na saúde mental continua e tem sido desigual”, diz Catherine Ettman, principal autora do estudo e diretora de iniciativas estratégicas do Gabinete do Reitor da BUSPH. Ela observa que o alívio econômico e o desenvolvimento das vacinas contra a doença podem ter prevenido resultados ainda piores no país. “Esses fatores ajudarão a melhorar a saúde mental da população e a reduzir as desigualdades que se agravaram durante a pandemia”, finaliza.

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