Governo de SP vacinará cidade inteira para testar eficiência da CoronaVac
Estudo inédito irá imunizar cerca de 30.000 moradores de Serrana para avaliar o impacto da estratégia na redução de contágio pelo coronavírus
Todos os moradores com idade acima de 18 anos do município de Serrana, no interior do estado de São Paulo, serão imunizados como parte de um estudo inédito no mundo para avaliar o impacto da vacinação em massa na redução do contágio pelo novo coronavírus em uma população. A megaoperação foi anunciada nesta segunda-feira, 8, pelo governador João Doria, e terá início no dia 17 de fevereiro.
A iniciativa, que tem caráter de pesquisa clínica, irá vacinar os cerca de 30.000 moradores da cidade com a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac. O objetivo é estudar a eficiência da vacina na redução da transmissibilidade do vírus.
A segurança e eficácia da vacina já foram confirmadas em um estudo fase 3 realizado no Brasil. Mas esse tipo de estudo, não é capaz de avaliar a efetividade da vacinação em massa em uma população, que é justamente o que a nova pesquisa fará.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a cidade de Serrana foi escolhida para sediar o estudo por apresentar alto índice de infecções e já possuir um centro de pesquisa ligado ao estado de São Paulo. Na pesquisa, a cidade foi dividida em 25 subáreas que formarão quatro grandes grupos populacionais – denominados clusters –, cada qual identificado com uma cor distinta – verde, amarelo, azul e branco.
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Imunização
Cada um destes grupos irá receber a primeira dose da vacina em datas distintas – 17 e 24 de fevereiro e 3 e 10 de março. Isso permite comparar os diferentes grupos e avaliar, em tempo real, a eficácia do imunizante na redução da transmissão da Covid-19.
Haverá oito locais de aplicação das doses e os interessados deverão comparecer para receber o imunizante em datas previamente agendadas. A participação no estudo é voluntária, mas menores de 18 anos, mulheres grávidas ou amamentando e quem teve febre nas 72 horas anteriores não poderá participar.
“Trata-se de mais um passo importante que damos para termos novas respostas sobre a vacinação. Esse projeto sem dúvida servirá de exemplo para o mundo para avaliar a eficiência da imunização em massa na redução da transmissibilidade do coronavírus”, afirma o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
De acordo com o governo estadual, as doses utilizadas no estudo não fazem parte do Programa Nacional de Imunização e não irão impactar o calendário de vacinação do estado.