Nesta quinta-feira 30, a biofarmacêutica Gilead, com sede nos Estados Unidos, se posicionou publicamente sobre os mais recentes resultados positivos de estudos com remdesivir no tratamento de pacientes com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. “Os resultados do estudo controlado por placebo, global, realizado pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) são positivos. Eles mostram que os pacientes com COVID-19 que receberam remdesivir recuperaram-se mais rapidamente do que os pacientes semelhantes que receberam placebo.
Há ainda muito trabalho a ser realizado e o remdesivir não foi aprovado, mas todos nós da Gilead estamos orgulhosos pelo o que esses resultados promissores podem significar para os pacientes.”, escreveu Daniel O’Day, CEO da Gilead, em carta aberta.
Na carta, O’Day ressalta que o estudo realizado pelo governo dos Estados Unidos faz “parte de um conjunto de estudos clínicos para investigar os efeitos do remdesivir. […] Vários desenhos de estudo foram usados de controlados por placebo a abertos para responder muitas perguntas específicas em cada caso.”
O estudo do NIH é um exemplo de estudo controlado, duplo-cego, randomizado. Ou seja, que segue o padrão-ouro de estudos clínicos. Mas outros estudos, seguindo padrões menos rigorosos, também foram conduzidos. Um deles é o SIMPLE, uma pesquisa fase 3, que avaliou a eficácia de dois cursos de tratamento – um de cinco e um de dez dias – com remdesivir em pacientes hospitalizados com Covid-19 grave. Os resultados, publicados na quarta-feira 29, mostraram melhorias significativas nos pacientes independentemente de se eles receberam cinco ou dez dias de tratamento.
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A aprovação do medicamento para uso emergencial está em avaliação pela FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos. Em relação à aprovação por agências regulatórias, a Gilead afirmou que está em discussão “com vários grupos sobre como podemos levar o remdesivir para o mundo em desenvolvimento”.
Com relação ao suprimento do medicamento mediante uma possível aprovação, a Gilead afirma que possui, prontos para distribuição, 1,5 milhão de doses individuais. A quantidade seria suficiente para tratar 140.000 pacientes, considerando um tratamento de dez dias, com doses diárias. Mas a empresa afirmou que já está “trabalhando para constituir um consórcio global de fabricantes farmacêuticos e químicos para expandir a capacidade e a produção globais.”