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Fumaça de incêndios na Califórnia causou até 55 mil mortes em 11 anos, diz estudo

Análise revela que exposição prolongada à fumaça de incêndios está associada a doenças respiratórias e cardiovasculares; no Brasil, número de queimadas aumenta

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 ago 2024, 15h56
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  • Um estudo recente publicado na revista Science Advances oferece uma visão alarmante sobre os efeitos a longo prazo da fumaça de incêndios florestais na Califórnia, nos Estados Unidos. Entre 2008 e 2018, a poluição causada por partículas finas, conhecidas como PM2.5, resultou em estimativas de 52.500 a 55.700 mortes prematuras no estado. O valor econômico associado a essas mortes é significativo, variando entre 432 bilhões e 456 bilhões de dólares.

    Os pesquisadores utilizaram um modelo matemático para calcular os efeitos da exposição a PM2.5 proveniente de incêndios ao longo de um período de 11 anos. A análise combinou dados de mortalidade do Departamento de Saúde Pública da Califórnia com estimativas de concentração de PM2.5 geradas por modelos de qualidade do ar. Essa abordagem permitiu uma avaliação detalhada dos impactos da poluição por incêndios, diferenciando-a de outras fontes de poluentes.

    Os resultados sublinham a gravidade do problema e a necessidade urgente de estratégias eficazes para combater e gerenciar incêndios, além de medidas para reduzir a exposição à poluição do ar. Com a frequência crescente de incêndios e a previsão de que esses eventos se intensifiquem com as mudanças climáticas, é crucial investir em medidas de prevenção e controle. 

    No Brasil, as queimadas também continuam a se proliferar. De acordo com a WWF-Brasil a Amazônia teve a maior quantidade de queimadas já registrada nesse mês de julho desde 2005. Na comparação com os últimos dez anos, o número dobrou.  Esse marco de queimadas se deve principalmente ao agravamento dos incêndios nos últimos oito dias de julho, que concentraram metade dos focos registrados ao longo do mês, totalizando 11 mil. 

    O novo estudo, nesse sentido, reforça a importância de políticas de saúde pública voltadas para a mitigação dos impactos da poluição por incêndios e para a proteção da saúde da população, não só nos Estados Unidos mas em outras regiões problema, como a Amazônia, e o Pantanal.

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    Como a fumaça afeta a saúde?

    A poluição por PM2.5 é composta por pequenas partículas que podem contaminar profundamente os pulmões e a corrente sanguínea. Essas partículas finas são conhecidas por causar danos respiratórios e cardiovasculares, além de estarem ligadas a uma menor expectativa de vida.

    A fumaça de incêndios contribui significativamente para os níveis de PM2.5, exacerbando esses problemas de saúde. Estudos anteriores já demonstraram que a exposição a curto prazo a esses poluentes pode aumentar as visitas a hospitais e agravar condições pulmonares crônicas. No entanto, este estudo vai além ao considerar os impactos a longo prazo da exposição prolongada à fumaça.

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