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Exclusivo: Coração mais Protegido

InCor cria score de risco para identificar pacientes com Covid-19 que têm mais chance de desenvolver complicações cardíacas

Por Cilene Pereira
Atualizado em 5 out 2021, 13h45 - Publicado em 5 out 2021, 13h39

Após 22 meses do surgimento dos primeiros casos de Covid-19, pode-se dizer que a medicina já avançou várias casas no tabuleiro do embate contra o SARS-CoV-2, vírus responsável pela doença. Aos poucos, foram sendo descobertas peças essenciais para o entendimento do novo coronavírus e da evolução da enfermidade por ele causada. No esforço monumental feito pela ciência de 2020 até agora, cabe destaque à pesquisa brasileira, que contribuiu de forma importante para ampliar o conhecimento.

Agora, vem do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP) a mais recente contribuição neste sentido. A equipe do instituto, um dos mais respeitados do mundo, criou um score de risco para o eventual surgimento de complicações cardíacas em pacientes com Covid-19. “Ele servirá como um guia para auxiliar médicos na identificação precoce daqueles que potencialmente podem apresentar danos cardíacos, na orientação dos cuidados e tratamentos indicados a esses pacientes”, afirma o cardiologista Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do InCor e coordenador do trabalho, que teve à frente a pesquisadora Patrícia Guimarães. Além disso, há outro ponto a distinguir. Primeiro na América do Sul, o score foi desenhado de acordo com o perfil do paciente brasileiro. “Cada população tem suas especificidades. O recorte do Brasil agora faz parte do conjunto de estudos mundiais sobre intercorrências cardíacas em pacientes com Covid-19”, diz Kalil. Até agora, há pesquisas de nações como Itália, Estados Unidos e Inglaterra.

O CoronaHeart, como o trabalho foi batizado, foi publicado no IJC Heart & Vasculature. O trabalho baseou-se na análise de dados de 2.546 pacientes com idade média de 64 anos, sendo 60,3% do sexo masculino. Os participantes encontravam-se internados (71% em UTI) em 21 hospitais do país entre junho e outubro de 2020. Todos tiveram seus históricos de saúde analisados retrospectivamente a partir do levantamento de informações de seus prontuários médicos. Os pontos de atenção foram alterações cardiovasculares e fatores que poderiam aumentar o risco de óbito.

Os cientistas verificaram que a taxa de mortalidade hospitalar entre pacientes que desenvolveram problemas cardíacos em decorrência da doença é de 42%. Pouco mais de 54% apresentaram lesões no músculo cardíaco, aferidas pelos níveis elevados de troponina, proteína reconhecida como marcador de injúrias no órgão. Insuficiência cardíaca prévia, identificada em 12,6% dos pacientes, alterações no ecocardiograma, registradas em 6% dos participantes, apresentação de síndromes coronárias agudas e de arritmias, registradas em 5,7% e 4,5% dos pacientes, respectivamente, também foram considerados fatores de risco para agravamento e morte. Além deles, apareceram idade avançada, necessidade de ventilação mecânica, altos índices de inflamação e alteração no sistema de coagulação do sangue.

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Esses são complicadores comuns à maioria das populações. Diferentemente do encontrado em pacientes da maior parte de outros países, porém, entre os brasileiros o câncer apareceu como fator de risco. A razão está na fragilidade do sistema de defesa do corpo, que não consegue combater as células tumorais com a eficiência necessária. Outra peculiaridade foi a equivalência nas taxas de morte entre homens e mulheres.

O CoronaHeart traz informações preciosas. De posse desse conhecimento, e após confirmação dos achados em outras populações, os médicos terão ainda mais chance de poupar o coração dos prejuízos causados pela Covid-19.

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