Nesta quarta-feira 31, termina a campanha nacional de vacinação contra a gripe, mas por conta da baixa adesão, muitos estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná vão prorrogar os prazos para que a população se imunize contra o vírus influenza. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira 29, 34,7 milhões de injeções haviam sido aplicadas em um total de quase 80 milhões de doses distribuídas em todo o país.
“Para a efetiva proteção da população, no entanto, especialmente dos mais vulneráveis, é necessário que mais pessoas recebam o imunizante. A meta é vacinar 90% da população”, afirmou a pasta, em nota. No último dia 12, o Ministério ampliou a imunização para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade. Com o encerramento da campanha, a orientação da pasta é que estados e municípios ampliem o calendário de ações locais enquanto durarem os estoques de vacinas.
O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou a prorrogação da campanha de vacinação contra a gripe até 30 de junho. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a cobertura vacinal no estado está baixa, em 32,9%, com 6,1 milhões de doses aplicadas. Por isso, a decisão de aumentar o prazo em mais 30 dias.
Mesmo geralmente causando apenas febre, espirros, nariz congestionado, cansaço e dores no corpo, a gripe pode evoluir para quadros mais graves – em especial entre crianças menores de 6 anos de idade, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades – e levar até à morte. Apenas em 2023, a pasta registrou 86 óbitos no estado de São Paulo, decorrentes de casos graves causados pela infecção dos diversos tipos de vírus da Influenza e 1.257 hospitalizações até a quarta semana de maio.
“Muitos tem questionado se vale a pena vacinar contra a gripe no momento em que a Covid está aí e outros vírus estão circulando. Importante frisar que ambas as vacinas são importantes, tanto completar o esquema vacinal da Covid com o reforço da bivalente, quanto se proteger contra a gripe”, diz o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “São duas estratégias fundamentais que vão evitar milhares de hospitalizações e óbitos por essas doenças que, infelizmente, ainda ocorrem no Brasil”.
O governo de Minas Gerais também comunicou a extensão da vacinação contra o vírus Influenza até 31 de julho. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) justificou a continuação da campanha pelo país estar no período sazonal de doenças respiratórias e por estar sobrando vacinas, já que a cobertura vacinal no estado está em 40%, longe da meta de 90%.
Entre os municípios, as prefeituras de Salvador e do Rio de Janeiro informaram que a campanha será prorrogada enquanto durarem os estoques de imunizantes, incluindo as vacinas bivalentes. Já a prefeitura de São Paulo declarou que a vacinação segue por tempo indeterminado na capital paulista. “A boa notícia é que quando for vacinar contra a Covid, é possível também tomar o imunizante contra a gripe, no mesmo dia”, reforça Kfouri. “É bom aproveitar esse momento, antes da chegada do inverno, para colocar em dia essas duas vacinas importantíssimas. Hoje, são duas doenças evitáveis e não há porque não se prevenir”, finaliza.
Confira o vídeo do infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) sobre a vacinação contra a gripe: